OAB-MT realiza desfile de crianças para adoção e revolta internautas
Evento exibiu crianças e adolescentes como 'candidatos' a adoção em shopping
Um desfile de crianças de 4 a 17 anos de idade foi realizado pela Comissão de Infância e Juventude (CIJ) da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso (OAB-MT), em parceria com a Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara) nesta terça-feira (21). A ação causou controvérsia na internet.
Chamado de “Adoção na Passarela”, o evento aconteceu em um shopping de Cuiabá, e teve como objetivo chamar a atenção de famílias para crianças que estão à espera de um lar, como ‘candidatos’. A exposição dos menores, porém, gerou indignação.
Publicações de fotos e vídeos foram feitas nas redes sociais com comentários criticando a ação, que teve uma passarela montada para exibir as crianças e adolescentes.
A presidente da CIJ, Tatiane de Barros Ramalho, comemorou os resultados da segunda edição do evento. “É, como sempre dizemos, o que os olhos veem, o coração sente”, disse por meio de texto divulgado pela assessoria de imprensa da OAB-MT.
No mesmo comunicado, a gerente de marketing do Pantanal Shopping, Ticiana Pessoa, afirmou que o empreendimento se sentia “honrado em receber o projeto que incentiva a sensibilização sobre a adoção.
Na página do Facebook da OAB-MT os comentários classificam o evento como uma ‘vergonha’, uma ’violência’, e uma ‘exposição degradante e vexatória de crianças’. Em outras redes sociais, os internautas classificaram a ação como ‘absurdo’, e que a ação expõe as crianças ‘como mercadorias’.
A OAB-MT alegou que o evento tem embasamento jurídico, e que as entidades organizadoras se reunirão para debater um posicionamento conjunto oficial.
A assessoria de imprensa do shopping Pantanal disse, em nota, que "repudia a objetificação de crianças e adolescentes e esclarece que o único intuito em receber a ação foi contribuir com a promoção e conscientização sobre adoção e os direitos da criança e adolescente". Afirmou também que o evento contou com o apoio do Ministério Público do Estado do Mato Grosso, Poder Judiciário do Estado do MT, Governo Estadual do MT, Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania e Tribunal de Justiça do Mato Grosso.
