Um estudo realizado nos Estados Unidos sinaliza que o coronavírus está em mutação e se tornando cada vez mais potente. Cientistas norte-americanos identificaram uma alteração no revestimento de proteína do coronavírus Sars-Cov-2, que pode “aumentar consideravelmente” a capacidade de infectar células humanas.
A conclusão consta na prévia de um artigo (pré-print, ainda não revisado por outros especialistas), publicado na sexta-feira (12). O estudo identificou um maior número de ramos de “espinhos na coroa” do vírus, ampliando as possibilidades de contágio em células saudáveis.
Batizada de D614G, a mutação aumenta o número "spikes" (espinho) do coronavírus. Trata-se de uma proteína, em forma a coroa, que permite ao vírus se conectar às células das mucosas no hospeideiro e, a partir daí, infectar o paciente.
Conforme o estudo, essa alteração genética ampliar em até cinco vezes a capacidade do vírus se multiplicar sobre uma célula saudável. Segundo os especialistas da Scripps Research, o estudo pode explicar por que surtos iniciais, em algumas partes do mundo, não sobrecarregaram os sistemas de saúde tanto quanto os de Nova York, Itália e Brasil.
“O número – ou densidade – de espinhos funcionais no vírus é quatro ou cinco vezes maior devido a esta mutação”, disse à agência Reuters um dos autores do estudo, Hyeryun Choe.
Contudo, os cientistas ainda dizer prematuro identificar se essa mutação na coroa do vírus consegue afetar a gravidade dos sintomas das pessoas infectadas ou se aumenta a mortalidade dos pacientes.
Os autores do estudo destacam ser preciso a realização de estudos controlados (como um padrão-ouro dos testes clínicos) para confirmar as conclusões de experimentos em tubos de ensaio.
Essa não é a primeira pesquisa que aponta evolução e adaptação do vírus Sars-CoV-2 em hospedeiros humanos. A mutação D614G, em particular, foi assinalada como uma preocupação urgente porque parece estar emergindo como a mutação predominante.
* Com informações do G1