MPE-MG pede bloqueio de R$ 26 bilhões da Vale pelo rompimento das barragens em Brumadinho

Valor da indenização seria para reparar os danos socioeconômicos causados em Minas Gerais; desastre causou a morte de 270 pessoas

Por:  -  27/08/20  -  15:12
Equipes do Corpo de Bombeiros seguem os trabalhos de busca por vítimas e desaparecidos em Brumadinho
Equipes do Corpo de Bombeiros seguem os trabalhos de busca por vítimas e desaparecidos em Brumadinho   Foto: Agência Reuters

O Ministério Público do Estado (MPE) de Minas Gerais pediu à Justiça o bloqueio de R$ 26,6 bilhões da mineradora Vale S/A pelos danos socioeconômicos causados pelo rompimento das barragens da Mina Córrego do Feijão, localizada em Brumadinho (MG). A tragédia, ocorrida em janeiro do ano passado, causou a morte de 270 pessoas, sendo que até hoje 11 continuam desaparecidas.  


A ação conta ainda com atuação da Advocacia-Geral da União (AGU), Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais, o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União. As instituições pedem, ainda, o pagamento de indenização de, aproximadamente, R$ 55 bilhões: R$ 28 bilhões por danos morais coletivos e danos sociais; R$ 26,6 bilhões pelos danos econômicos sofridos pelo estado mineiro e pelo menos R$ 361 mil pelos danos causados ao sítio arqueológico "Berros II". 


As entidades pedem o imediato julgamento, por meio de decisão parcial de mérito. Ressaltam a necessidade da concessão de tutela de urgência alegando que os danos causados pela Vale atingem patamar superior a 45 bilhões de reais, "colocando em risco a efetividade da prestação jurisdicional".  


De acordo com a ação, a magnitude da tragédia é "incontestável", tendo causado "enorme devastação ambiental" com reflexos sobre a vida e as atividades econômicas de milhares de indivíduos, inclusive para o crescimento da economia de Minas Gerais, estado com grande produção mineral. "Faz-se necessário assegurar que tais prejuízos sejam efetivamente reparados". 


“O processo revela a relevância de uma atuação proativa e construtiva da AGU. A interlocução integrada permitiu que todos os órgãos públicos envolvidos se articulassem em favor do desenvolvimento sustentável responsável”, ressaltou Marcelo Kokke, procurador federal do núcleo de ações prioritárias da PFMG. 


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