O Irã rejeitou no domingo (22) a presença de “forças estrangeiras” no Golfo e anunciou que apresentará na Organização das Nações Unidas (ONU) um plano de cooperação regional de segurança para a região, que é vital para o abastecimento mundial de petróleo. Detalhes ainda não foram revelados.
O Golfo vive um “momento sensível de importância histórica”, declarou o presidente iraniano Hassan Rohani antes de um desfile militar em Teerã. A cada 22 de setembro, o regime iraniano celebra o Dia da Sagrada Defesa para recordar a guerra entre Irã e Iraque (1980-1988).
Arábia Saudita e Estados Unidos acusam o Irã pelos ataques de 14 de setembro contra duas instalações petroleiras sauditas.
Teerã nega qualquer responsabilidade nos ataques, reivindicados pelos rebeldes huthis iemenitas, que têm o apoio do regime iraniano.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, anunciou na sexta-feira que diante da “escalada drástica das agressões iranianas” que enviará ao Golfo reforços militares “de natureza defensiva”.
Depois de cogitar uma possível resposta militar, o presidente americano, Donald Trump, se mostrou menos inclinado a este tipo de represálias e citou uma “solução pacífica”, antes de anunciar novas sanções contra Teerã.
Rohani afirmou que a “resistência e a unidade” do povo iraniano acabariam com o “terrorismo econômico” de Washington.
No discurso, o presidente do Irã advertiu que presença de forças estrangeiras “aumenta a insegurança no Golfo”. “Do nosso ponto de vista, a segurança do Golfo Pérsico vem de dentro, assim como a segurança do estreito de Ormuz. As forças estrangeiras são fonte de problemas”.
Plano de cooperação
Em uma referência aos vizinhos árabes do Golfo com os quais o Irã mantém relações tensas, como Arábia Saudita ou Emirados Árabes Unidos, Rohani disse que seu governo está “inclusive disposto a ignorar seus erros passados”. Segundo ele, “os inimigos do islã e da região, ou seja, EUA e o sionismo, querem fazer um uso ruim de nossas divisões”.
Tensão
A tensão entre Teerã e Washington não para de aumentar desde que os EUA se retirou unilateralmente, em maio de 2018, do acordo sobre o programa nuclear iraniano assinado em 2015.
O governo americano retomou as sanções contra o regime iraniano. Em junho, a destruição de um drone americano pelo Irã provocou o temor de uma escalada.
Os ataques de 14 de setembro, que reduziram à metade a produção de petróleo saudita e provocaram a disparada do preço do petróleo, aumentaram ainda mais a preocupação.