Irã anuncia plano de proteção ao Golfo; medida será levada à ONU

Proposta visa acabar com 'forças estrangeiras'

Por: France Presse  -  23/09/19  -  19:27
Presidente iraniano, Hassan Rohani (ao centro), espera contar com a cooperação dos países da região
Presidente iraniano, Hassan Rohani (ao centro), espera contar com a cooperação dos países da região   Foto: Governo do Irã/AFP

O Irã rejeitou no domingo (22) a presença de “forças estrangeiras” no Golfo e anunciou que apresentará na Organização das Nações Unidas (ONU) um plano de cooperação regional de segurança para a região, que é vital para o abastecimento mundial de petróleo. Detalhes ainda não foram revelados.


O Golfo vive um “momento sensível de importância histórica”, declarou o presidente iraniano Hassan Rohani antes de um desfile militar em Teerã. A cada 22 de setembro, o regime iraniano celebra o Dia da Sagrada Defesa para recordar a guerra entre Irã e Iraque (1980-1988).


Arábia Saudita e Estados Unidos acusam o Irã pelos ataques de 14 de setembro contra duas instalações petroleiras sauditas.


Teerã nega qualquer responsabilidade nos ataques, reivindicados pelos rebeldes huthis iemenitas, que têm o apoio do regime iraniano.


O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, anunciou na sexta-feira que diante da “escalada drástica das agressões iranianas” que enviará ao Golfo reforços militares “de natureza defensiva”.


Depois de cogitar uma possível resposta militar, o presidente americano, Donald Trump, se mostrou menos inclinado a este tipo de represálias e citou uma “solução pacífica”, antes de anunciar novas sanções contra Teerã.


Rohani afirmou que a “resistência e a unidade” do povo iraniano acabariam com o “terrorismo econômico” de Washington.


No discurso, o presidente do Irã advertiu que presença de forças estrangeiras “aumenta a insegurança no Golfo”. “Do nosso ponto de vista, a segurança do Golfo Pérsico vem de dentro, assim como a segurança do estreito de Ormuz. As forças estrangeiras são fonte de problemas”.


Plano de cooperação 


Em uma referência aos vizinhos árabes do Golfo com os quais o Irã mantém relações tensas, como Arábia Saudita ou Emirados Árabes Unidos, Rohani disse que seu governo está “inclusive disposto a ignorar seus erros passados”. Segundo ele, “os inimigos do islã e da região, ou seja, EUA e o sionismo, querem fazer um uso ruim de nossas divisões”.


Tensão


A tensão entre Teerã e Washington não para de aumentar desde que os EUA se retirou unilateralmente, em maio de 2018, do acordo sobre o programa nuclear iraniano assinado em 2015. 


O governo americano retomou as sanções contra o regime iraniano. Em junho, a destruição de um drone americano pelo Irã provocou o temor de uma escalada. 


Os ataques de 14 de setembro, que reduziram à metade a produção de petróleo saudita e provocaram a disparada do preço do petróleo, aumentaram ainda mais a preocupação.


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