Um homem trans foi levado para uma unidade de saúde, em Recife (PE), por agentes comunitários de saúde. Os profissionais o levaram para fazer um teste de gravidez, já que o homem não se sentia bem. Ao fazer o exame, o paciente descobriu uma gestação de cinco meses de gêmeos idênticos, dois meninos.
"Não foi planejado. Ele começou a chorar e disse que não poderia ficar com as crianças", relata a enfermeira de 31 anos, Aline Oliveira Gama, em entrevista à Revista Crescer. Ela explica que o paciente contou que não suspeitava da gravidez, pois não ganhou tanto peso e pensava que seu mal-estar era devido a uma verminose ou gastrite.
Aline conta que o gestante estava em uma situação de grande vulnerabilidade, com um histórico de depressão, tentativas de suicídio, abandono familiar e uso de drogas. Por isso, fazer um acolhimento com cuidado era essencial. No início, a profissional de saúde relata que foi um desafio. "Na identidade dele, ainda não estava o seu nome social, então, as pessoas sempre o chamavam pelo nome feminino ou de mãe, isso o incomodava".
A princípio, o gestante não queria ficar com as crianças. Então, a profissional de saúde começou a verificar quais seriam os meios legais para que ele entregasse os bebês para adoção. No entanto, após um tempo, ele disse que teria a ajuda da mãe para cuidar dos gêmeos, por isso não iria mais entregá-los para a adoção. "É legal o posicionamento dele, ele diz que não vai ser mãe, vai ser pai".
*Com informações da Revista Crescer