Governo cancela indicação de Roberto Dias para Anvisa após denúncia

Desistência ocorre após revelação de que Ferreira Dias estaria envolvido em irregularidades no Ministério da Saúde

Por: Do Estadão Conteúdo  -  27/10/20  -  15:55
Roberto Ferreira Dias ocuparia vaga na Anvisa que será aberta em dezembro
Roberto Ferreira Dias ocuparia vaga na Anvisa que será aberta em dezembro   Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro pediu ao Senado Federal que seja retirada de tramitação a indicação de Roberto Ferreira Dias para o cargo de diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A desistência da indicação está formalizada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 27, e ocorre depois da divulgação de informações de que Ferreira Dias estaria envolvido em irregularidades no Ministério da Saúde.


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Roberto Ferreira Dias é diretor do Departamento de Logística em Saúde da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde. O nome dele para o cargo na Anvisa foi enviado aos parlamentares na semana passada. Ele ocuparia a vaga que será aberta em dezembro com o término do mandato de Alessandra Bastos Soares.


Conforme o Estadão informou na segunda-feira, Roberto Dias assinou um contrato de R$ 133,2 milhões do Ministério da Saúde que está sob suspeita de irregularidade e pode ser cancelado pela pasta. O ministério avalia abrir um procedimento interno para apurar a responsabilidade dos envolvidos no contrato.


Nomeado na gestão de Luiz Mandetta, por indicação do ex-deputado do DEM Abelardo Lupion, Dias assinou, em 21 de agosto, o contrato 250/2020 com a empresa Life Technologies Brasil Comércio e Indústria de Produtos para Biotecnologia Ltda, para a compra de 10 milhões de kits de materiais utilizados em testes de covid-19. A suspeita de irregularidade no contrato foi informada ao Tribunal de Contas da União (TCU) pela Diretoria de Integridade do próprio Ministério da Saúde. O tribunal está acompanhando as negociações e execuções de contratos relacionados à pandemia.


Além dessa irregularidade, o relatório do TCU apontou ineficiência da pasta no planejamento e articulação com os Estados e municípios para levantamentos sobre a necessidade de testagem da população.


Ferreira Dias disse à reportagem que ele mesmo sugeriu, em 18 de setembro, a nulidade do contrato diante de "vícios" identificados. O contrato foi assinado cerca de um mês antes.


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