Governador do MA alerta para risco de geração perdida com aulas interrompidas

De acordo com o Flavio Dino, a pandemia da Covid-19 está acentuando a desigualdade social no que diz respeito ao desenvolvimento educacional

Por: Do Estadão Conteúdo  -  01/08/20  -  23:11
Atualizado em 01/08/20 - 23:55
"Estamos criando duas categorias de alunos: o online e digital e o offline e analógico", disse   Foto: Divulgação

O governador do Maranhão e uma das principais lideranças da oposição, Flavio Dino (PCdoB), disse neste sábado, 1º de agosto, que há o risco de uma geração ser perdida por causa da dificuldade da retomada das aulas durante a pandemia do novo coronavírus. Dino participou de um debate intitulado "Federalismo Cooperativo: o Fundeb e o SUS", promovido pelo portal Conjur.


De acordo com o Dino, a pandemia da Covid-19 está acentuando a desigualdade social no que diz respeito ao desenvolvimento educacional. Isso porque os adolescentes e as crianças de maior poder aquisitivo continuaram estudando por meio de aulas virtuais, ao passo que as de famílias de classe mais pobre, não.


"Estamos criando duas categorias de alunos: o online e digital e o offline e analógico. Isso já existia antes, mas vai ser acentuado", disse Dino.


Uma corrente de educadores no Brasil defende o retorno presencial das aulas escolares só quando houver uma vacina para a Covid-19. Se esta tese predominar, Dino disse que a volta se dará, na melhor das hipóteses, só no ano que vem.


"A gente sabe qual é a consequência disso: vai se traduzir em evasão escolar", disse Dino.


O governador afirmou que o Maranhão está adquirindo 90 mil chips de celular com pacote de dados para fornecer aos estudantes do 3º ano do Ensino Médio, mas reconheceu que isso é insuficiente para atender a toda demanda do ensino público no Estado.


Para Dino, é preciso discutir o assunto urgentemente e em nível nacional, tendo em vista as implicações que isso traz para políticas públicas educacionais, como o Enem, Prouni e o Fies, e também afeta o calendário das universidades públicas e privadas do País.


O governador do Maranhão, contudo, criticou os problemas de gestão que marcam o Ministério da Educação (MEC) desde início do governo Bolsonaro.


"Como um país sobrevive 19 meses sem ter um ministro da Educação? É irreparável", falou o político de forma irônica - desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro, o MEC já teve quatro ministros, sendo o atual titular da pasta Milton Ribeiro, que é teólogo e advogado, com doutorado em Educação. Ribeiro também é pastor da Igreja Presbiteriana.


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