O Partido Socialista português, do primeiro-ministro Antônio Costa, venceu as eleições legislativas, obtendo 36,6% dos votos e garantindo mais quatro anos no poder.
Se o ex-prefeito de Lisboa for reconduzido, Portugal será um dos únicos casos na Europa em que os socialistas governam e a extrema-direita não ganha espaço.
A sigla conquistou 106 cadeiras, 20 a mais do que as 86 que detém atualmente, do total de 230 na Assembleia da República.
Embora tenha obtido a maioria dos votos e ampliado sua presença, deve seguir precisando de alianças com outros partidos de esquerda, como fez no último mandato com a Coligação Democrática Unitária (CDU), formada pelo Partido Comunista Português e Verdes, e com o radical Bloco de Esquerda.
Os dois aliados tiveram 6,4% e 9,6% dos votos, respectivamente, na terceira e quarta colocação, com 12 e 19 cadeiras, cada, atrás do principal partido de oposição, o Social Democrata, que ficou com 27,9% dos votos e 77 assentos.
O Bloco de Esquerda já sinalizou estar disponível para negociar. O periódico Expresso afirmou que, se Costa não quiser, os dois parceiros aceitam negociar orçamento a orçamento.
Além dos dois aliados, os socialistas poderiam buscar uma aliança com o Partido Pessoas, Animais e Natureza (PAN), que, com 3,28% dos votos, ampliou a presença e passará a ter quatro cadeiras, três a mais.
A imprensa portuguesa também destacou o crescimento de novos partidos à direita, como o Iniciativa Liberal, que obteve seu primeiro assento no Parlamento, assim como o Chega e o Livre, também com uma cadeira cada, enquanto o Aliança ficou com 0,77% dos votos, não suficientes para garantir uma posição no parlamento.
Também mereceu destaque a abstenção de 45,5%, acima dos 44,1% anotados na última eleição.
Economia
Após anos de austeridade aplicada em troca de socorro acertado com a União Europeia em 2011, na crise da dívida, a economia está muito melhor.Sem os cortes implementados pela direita, Costa definiu como prioridade restabelecer o poder aquisitivo.