A revista Veja publicou em sua versão digital nesta sexta-feira (23), parte da delação de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil nos governos de Lula e Dilma. Em uma reportagem extensa, a publicação mostra que o depoimento dá detalhes do esquema internacional de corrupção que envolvia o BNDES.
Em acordos de 2010 a 2014, as empreiteiras nacionais tiveram mais de 10 bilhões de reais em faturamento e pagaram o R$ 489 milhões ao Partido dos Trabalhadores.
Desse valor, R$ 364 milhões vieram da Odebrecht. Outros 100 milhões eram de contratos da construtora Andrade Gutierres, que levava 1% em cada acordo. Já a construtora Queiroz Galvão atuava de forma diferente: com superfaturamento em 10% de suas obras.
O testemunho de Palocci explica como funcionava a corrupção no BNDES. O próprio ex-ministro atuava como intermediário entre as construtoras do esquema. Ele relata ordens de Lula, a divisão entre as empreiteiras e até as porcentagens para cada projeto.
Mais detalhes
O esquema envolveria diretamente a alta cúpula do partido. Segundo ele, Lula comandava reuniões com mandatários de países como Cuba, Moçambique, Nicarágua e Angola. Eram fechados acordos de ajuda financeira. Depois, representantes das empreiteiras visitavam os gabinetes internacionais em missões pelo Itamaraty. Era nessa etapa que os projetos eram fechados e financiados pelo BNDES.