Novas mensagens atribuídas a procuradores da Operação Lava Jato foram publicadas nesta quinta-feira (1). As informações foram divulgadas pela Folha de S. Paulo em parceria com o site The Intercept.
De acordo com o jornal, as mensagens revelam que o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, incentivou que fosse realizada uma investigação ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, fazendo com que outros colegas também o investigassem sigilosamente em 2016.
Após requisitar mensagens, STF articula o afastamento de Deltan da Lava Jato. As cópias das conversas foram solicitadas por Fux e Moraes, que já havia suspendido investigações contra ministros do Supremo. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, convocou reunião de emergência para discutir o assunto nesta quinta.
Ministros do Supremo não podem ser investigados por procuradores da primeira instância, como Dallagnol e os demais integrantes da força-tarefa – só com autorização do próprio Supremo e pelo procurador-geral da República.
Na época, a empreiteira OAS negociava um acordo para colaborar com as investigações da Lava Jato. Na suposta mensagem, Dallagnol consulta procuradores que negociavam com a empresa: "Caros, a OAS trouxe a questão do apartamento do Toffoli".
O promotor Sergio Bruno Cabral Fernandes, de Brasília, responde "Que eu saiba não". Ainda na mensagem, Dallagnol diz saber que “o competente é o PGR rs, mas talvez possa contribuir com vcs com alguma informação, acessando umas fontes".
Em outro diálogo, em agosto de 2016, o procurador Orlando Martello sugeriu que os colegas pedissem à Secretaria de Pesquisa e Análise da PGR um levantamento sobre pagamentos da OAS ao escritório da mulher de Toffoli.
A força-tarefa de procuradores que atuam na Operação Lava Jato em Curitiba afirmou nesta quinta-feira (1) que o procurador Deltan Dallagnol nunca pediu para a Receita Federal investigar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ou seus familiares.
Em nota divulgada à imprensa, a força-tarefa disse que as informações que surgiram durante as investigações sobre pessoas que têm foro privilegiado foram encaminhadas à Procuradoria-Geral da República (PGR) por meio de devida formalização.
*Com informações do G1, Agência Brasil e Folha de S. Paulo