Conexão Portugal: Passe revoluciona transporte público

Nesta edição da coluna, Luiz Plácido fala sobre novidade que permite viajar por preço único de 40 euros por mês

Por: Luiz Plácido - De Coimbra  -  05/04/19  -  00:47

Muito se fala dos transportes públicos. São apelos por todos os lados para que as pessoas deixem o carro em casa e andem de ônibus ou metrô. Mas pouco se faz para que, de fato, a população se sinta atraída por essa ideia. Ou melhor, pouco se fazia. Entrou em vigor no dia 1° uma nova modalidade de passe para os transportes públicos portugueses. 


A novidade permite viajar por toda a área metropolitana de Lisboa (18 municípios) e do Porto (17 municípios) por um preço único de 40 euros ao mês, gerando, em alguns casos, uma economia de mais de cem euros mensais. 


Para se ter uma ideia, o trajeto mais caro da grande Lisboa, um combinado de trechos de trem, ônibus e barco, custava 192,15 euros mensais. Com a nova tarifa de 40 euros, que engloba todos os meios de transportes coletivos, o usuário terá uma economia de 152,15 euros por mês.


Para viagens dentro de um município, o valor mensal é ainda mais baixo, 30 euros mensais. E não para por aí. No próximo ano, haverá mais mudanças no transporte rodoviário na Grande Lisboa e no Grande Porto. Serão abertos concursos para a concessão dos serviços de transporte rodoviários que passarão a operar debaixo de uma única “marca”, metropolitana, com ônibus de cores iguais, ainda que sejam vários os operadores envolvidos. 


Além dos preços únicos para a área metropolitana e municipal, foi criado o passe familiar, um agregador de todos os cartões da mesma família. O preço limite para qualquer agregado, independentemente do número de pessoas foi fixado em 60 euros para transportes do mesmo município e 80 euros para a área metropolitana. 


Estudantes até 23 anos terão 25% de desconto, crianças até 12 anos não pagam e maiores de 65 anos, aposentados e pensionistas terão desconto de 50%. Um erro foi ter excluído pessoas com deficiência dos descontos. 


O Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos (Part) que une um único passe para trens, metrôs, ônibus e barcos só foi possível graças à atribuição de 104 milhões de euros pelo Estado por meio do Fundo Ambiental. Destes, Lisboa ficou com a maior fatia, cerca de 73 milhões de euros, ou 70,2% do total de verba destinada para este primeiro ano. A cidade do Porto levou 15,8 milhões de euros, ou 14,5%, e as restantes comunidades intermunicipais do país angariaram 15,9 milhões de euros, ou 15,3% do total para dividir entre as outras 21 comunidades.


O plano de bilhete único, chega ao restante do país no próximo dia 1°. Cada morador de Lisboa ganhou subsídio de 26,7 euros para baixar o passe social. Cada morar do Porto ficou com 8,4 euros e o restante do país com menos de dois euros por habitante, o que mostra um certo escalão de portugueses. Os de primeira linha vivem na grande Lisboa, os de segunda linha na grande Porto e os da terceira linha no restante do país. 


Medidas futuras devem estreitar essa diferença entre as regiões para que num futuro breve o Porto seja como Lisboa e o resto do país seja como Porto e Lisboa.


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