Conexão Portugal: Enjoos misteriosos em aviões

Nesta edição da coluna, Luiz Plácido fala sobre tripulantes e alguns passageiros que têm apresentado queixas de sintomas em viagens de longo curso nos aviões Airbus A330Neo

Por: Luiz Plácido - De Coimbra  -  27/06/19  -  19:35

Com a queda nas vendas do Airbus A330, ano após ano, era necessário o desenvolvimento de uma nova linha que substituísse a já defasada aeronave. Era preciso projetar um avião que tivesse o mesmo porte do antigo, porém, mais moderno. Pensando nisso, em 14 de Julho de 2014, a Airbus, desenvolveu um motor mais eficiente e com envergadura 3,7 metros maior.


A Rolls-Royce foi a escolhida para projetar o motor da nova aeronave que voou pela primeira vez no dia 19 de Outubro de 2017 nos céu de Toulouse, na França. Era o primeiro voo do Airbus A330Neo que recentemente chegou ao mercado através da companhia aérea portuguesa TAP.


O problema é que ao longo dos últimos meses, vários membros da tripulação, acostumados com voos de longa duração, e alguns passageiros têm apresentado queixas de enjoo, tonturas e vômitos em viagens de longo curso nos aviões A330Neo. O mesmo não ocorre em outros modelos de aeronaves. No último caso relatado, a tripulação começou a passar na reta final de um voo com destino ao Brasil e os pilotos foram vistos usando máscaras de oxigênio. O caso é investigado pela companhia e pela fabricante.


O problema pode estar no sistema de renovação do ar dentro do avião, mais especificamente, na forma de passagem do ar captado pelo motor para dentro da aeronave. Os sintomas se tornam mais agudos no final das longas viagens quando o ar já está bastante degradado. Há relatos de desmaios de tripulantes.


Os casos já são de conhecimento da ANAC (Autoridade Nacional de Aviação Civil), que esta trabalhando em conjunto com a TAP. A companhia confirmou os casos e afastou qualquer risco a saúde dos passageiros. “Relativamente ao fato de, em algumas unidades novas do A330Neo, poderem ter sido detectados alguns odores provenientes do equipamento de ar condicionado, é um fato considerado normal em aeronaves novas e que desaparece logo após as primeiras utilizações”, sustenta a companhia aérea, garantindo.


No entanto, o mesmo comunicado diz, “todas as análises feitas pela Airbus com o apoio de laboratórios independentes indicam que os parâmetros de qualidade do ar estão dentro do normal”, sendo que, “nos vários testes realizados no chão e em voo, quanto a possíveis fontes de desconforto, como fluxo e distribuição de ar ou controle de temperatura, os resultados obtidos foram de total conformidade”.


“A experiência e conforto relativamente à circulação do ar no A330Neo é igual à da anterior geração A330”, garante a TAP, que comprou 14 aviões do modelo. A aeronave é considerada “mais eficiente e tem consumido em média menos 17% de combustível por cadeira que a geração anterior, resultando ainda numa redução muito significativa (não informam números) das emissões de CO2 e ruído”.


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