Conexão Portugal: 18 milhões de passageiros a menos

Em abril, os números agravaram-se ainda mais. Foi registrado neste mês um movimento de apenas 34 mil passageiros, uma queda de 99,4%

Por: Luiz Plácido - De Coimbra  -  21/08/20  -  23:32

Até o final de julho de 2019, Portugal contabilizava em seus aeroportos (Lisboa, Porto e Faro) um total de 27,9 milhões de passageiros, realidade muito diferente dos dias atuais, quando apenas 9,9 milhões de passageiros embarcaram, desembarcaram ou fizeram trânsito direto nos aeroportos do país, devido às restrições impostas à pandemia de covid-19. Uma queda de 64,5%, quase 18 milhões de pessoas a menos. 


Mais do que a grande queda, os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE)  mostraram que 2020 tinha tudo para ser um ano promissor, se não fosse a pandemia. Nos meses de janeiro e fevereiro, antes da chegada do vírus, o movimento nos aeroportos tinha sido maior do que os mesmos meses do ano anterior. Enquanto que nos dois primeiros meses do ano de 2019, os valores tinham sido de 3,5 milhões em janeiro e 3,4 milhões de passageiros em fevereiro, nos dois primeiros meses de 2020 os valores passaram de 3,7 milhões de pessoas em ambos os meses, um aumento de 6,7% em janeiro e  10,1% em fevereiro. 


Já no mês de março, quando começaram a vigorar as restrições face à covid-19, proibindo todas as viagens não essenciais, o movimento caiu drasticamente, passando para 1,9 milhões de passageiros, uma queda de 53,5% se comparado ao mês de março de 2019. Em abril, os números agravaram-se ainda mais. Foi registrado neste mês um movimento de apenas 34 mil passageiros, uma queda de 99,4%. Foi em abril que os aeroportos estiveram fechados, operando apenas para voos de repatriamento. Já no mês de maio, mesmo continuando muito abaixo do movimento normal, alguns indícios de recuperação foram registrados e o movimento aumentou timidamente para os 82 mil passageiros, 98,5% abaixo do mesmo mês em 2019.


O último mês contabilizado é junho e os números continuam “inexpressivos”, segundo o INE. Passou pelos aeroportos nacionais, durante o meio do ano, um pouco mais de 318 mil passageiros, um decréscimo de 94,6% em relação a junho passado.


Analisando por aeroportos, o de Faro foi o que teve a maior queda no primeiro semestre. Enquanto que, em 2019, passaram no primeiro semestre cerca de 4 milhões de passageiros, no mesmo período de 2020, apenas 799 mil pessoas passaram pelo saguão do aeroporto da capital do Algarve, uma queda de 79,9% no movimento. 


Lisboa continua a movimentar mais da metade dos voos no país, e perdeu um movimento de 61,3%, passando de 14,6 milhões em 2019, para 5,6 milhões em 2020. Já no aeroporto Sá Carneiro, na cidade do Porto, o tráfego caiu 62,9%, a segunda maior queda nacional, indo de 6,2 milhões de passageiros em 2019 para 2,3 milhões em 2020.


Os dados do INE contemplam ainda quais são os principais países de origem e destino dos passageiros  nos aeroportos nacionais. Segundo os números, a França é a principal origem e destino dos passageiros que passam pelos aeroportos nacionais, isso devido a grande quantidade de portugueses que emigraram e vivem na França nos dias de hoje, e visitam Portugal apenas periodicamente.


Em segundo lugar na tabela de quebra de passageiros, está o Reino Unido, país que é um dos grandes responsáveis pelo turismo em Portugal, principalmente na região do Algarve durante os meses de verão. Até junho, passaram pelos aeroportos lusos 573,8 mil passageiros britânicos, menos 72,2% face ao período homólogo de 2019. Já no que diz respeito aos voos de Portugal para o Reino Unido, a queda é de 69,8%, cerca de 612,9 passageiros a menos. 


Completam o ranking dos cinco primeiros países Brasil e Espanha respectivamente.  Por enquanto as medidas de restrição para voos oriundos do Brasil continua, podendo viajar para o país somente brasileiros que tenham cidadania, residência ou trabalho em Portugal.


Sobre o autor - Luiz Plácido é jornalista, apresentador do programa "Destino Portugal"(transmitido no canal de tv a cabo Travel Box Brazil) e proprietário da agência de turismo Destino Portugal Viagens. Ele escreve na coluna Conexão, do jornal A Tribuna, quinzenalmente.


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