Conexão Japão: Lições de crescimento ao G20

Nesta edição da coluna, Yukio Spinosa descreve o cenário de que apesar do criticismo entoado pela mídia nacional, o país japonês está em pleno crescimento

Por: Yukio Spinosa  -  31/05/19  -  21:39
  Foto: Ludovic Marin / AFP

Pela primeira vez na história da cúpula do G20, os líderes dos 20 países mais ricos do mundo se reunirão no Japão com o objetivo de avançar em diversas discussões enfrentadas pela comunidade internacional, desta vez sob a liderança do governo japonês. A reunião será realizada nos dias 28 e 29 de junho, em Osaka, entre os chefes de estado. Nos dias 8 e 9, os ministros das finanças e diretores de bancos centrais se reúnem em Fukuoka. A cidade de Nagoia receberá os ministros das relações exteriores no mês de novembro.


Ao todo, serão nove cidades sediando reuniões entre os representantes dos 20 países. Em Fukuoka, um dos principais temas da reunião é o estabelecimento de novas regras para a taxação das quatro empresas gigantes da tecnologia de informação, Google, Amazon, Apple e Facebook, informa o site do jornal Nihon Keizai Shimbun. “As regras de impostos internacionais que serão afetadas foram formadas há um século”, destaca o jornal.


O Facebook, por exemplo, centralizou seus lucros e pagamento de taxas na Irlanda, para tirar vantagem das baixas taxas locais, mas poderá ver seus pagamentos redistribuídos para as áreas onde está a maioria de seus usuários.


A mídia social, ou SNS (social network service) como chamam no Japão, tem mais de 1,4 bilhão de usuários ao redor do globo, incluindo 490 milhões na região Ásia-Pacífico, 270 milhões na América Latina e 180 milhões na América do Norte.


Apesar do criticismo entoado pela mídia nacional, o Japão está em pleno crescimento e atuando como um líder mundial. A taxa de desemprego é baixa, mais mulheres estão entrando no mercado de trabalho – em 2012, eram 26,6 milhões, e em 2017, 28,6 milhões registradas. Os lucros corporativos são robustos e o investimento externo passará de 28,6 trilhões de ienes (R$ 1,03 tri) para 35 trilhões (R$ 1,2 tri). De 2012 a 2017, o número de trabalhadores transnacionais dobrou, passando de 680 mil a 1,28 milhão.


Se o imposto sobre o consumo vai aumentar em outubro deste ano, de 8% para 10%, o governo pressiona empresas de telecomunicações como KDDI, Docomo e Softbank a baixarem as contas dos smartphones. A primeira medida entrou em vigor no fim de 2018, com a opção por MVNOs, sigla para mobile virtual network operators, empresas que alugam redes móveis de provedoras, barateando os custos para o consumidor final. A previsão é que ainda este ano a conta baixe em 40%. 


Para driblar os problemas causados pela previdência em uma sociedade com alto número de cidadãos seniores, o governo criou subsídios para ajudá-los a se transformar em empreendedores. Através de uma divisão especial da agência pública de empregos, ajudam-nos a encontrar a vaga ideal e ainda incentiva empresas que elevam a idade de aposentadoria.


Estudos governamentais mostram que um terço dos trabalhadores em idade para se aposentar prefere continuar trabalhando, mas apenas 22% encontram empregos. Procurar meios para mantê-los no mercado é uma forma de aprender com a experiência dos idosos e a oportunidade de criar um modelo de crescimento para sociedades envelhecidas, no mundo inteiro.


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