Cometa Neowise se tornará visível na Baixada Santista a partir dessa semana, veja fotos

Raro fenômeno foi descoberto em março. Astrônomos dizem que a próxima passagem do fenômeno ocorrerá daqui a 6,8 mil anos

Por: Eduardo Brandão  -  22/07/20  -  20:36
Cometa passará nesta quinta-feira (23) no ponto mais próximo da Terra
Cometa passará nesta quinta-feira (23) no ponto mais próximo da Terra   Foto: Rogelio/NASA

O céu começa a revelar, nesta quarta-feira (22) um raro fenômeno astronômico: a passagem do cometa Neowise por diferentes regiões brasileiras. Celebrado por  cientistas e admiradores de evento dessa magnitude, o espetáculo da natureza  passa a ser visível por aqui até o fim de julho.  


Desde que se aproximou da Terra, o Neowise está sendo registrado por cientistas, como as imagens tornadas públicas pela Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA). Aliás, foi o órgão norte-americano que identificou a passagem do fenômeno no final de março.  


Em 3 de julho, o cometa chegou ao ponto mais próximo do Sol, numa distância de 0,3 unidades astronômicas – ou cerca de um terço da distância da Terra ao Sol, que corresponde a 43 milhões de quilômetros – como diz o professor do Departamento de Metodologia de Ensino Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Paulo Sergio Bretones. 


Cometa tem proporcionado belas imagens
Cometa tem proporcionado belas imagens   Foto: Juan Carlos Casado/NASA

Segundo ele, a partir desse ponto, o cometa aumentou seu brilho e pôde ser visto, a olho nu, no hemisfério norte. “Foram obtidas muitas fotos lindas do cometa e cauda. Também foi visto por satélites e pela Estação Espacial Internacional (ISS) em imagens que podem ser vistas pela Internet e pelo Youtube”, explica. 


Bretones afirma que, nesta quinta-feira (23), o cometa circundará pelo ponto mais próximo da Terra. “Passará a 103 milhões de quilômetros (distante do planeta). A sua próxima passagem está calculada pelos astrônomos para daqui a cerca de 6.800 anos”.


Cometa passa a ser visto a partir desta quarta-feira
Cometa passa a ser visto a partir desta quarta-feira   Foto: Ashley De La Rosa/NASA

Segundo ele, o cometa começa a ser visto no Brasil a partir das áreas mais próximas da Linha do Equador, que são os estados do Norte e Nordeste. Depois, passa a "descer" em direção ao Sul do País. “O Neowise será visto como uma manchinha no céu, com binóculos ou instrumentos de pequeno porte, mesmo com a Lua visível nas próximas noites. Além disso, será mais facilmente observado em locais altos com horizonte livre e sem poluição luminosa”, aconselha. 


Para ajudar a localizar o cometa no céu vários mapas celestes são acessíveis em softwares gratuitos como o Stellarium, o site heavens-above ou aplicativos como  SkyMap, Carta Celeste, SkySafari. 


Fenômeno é visível no começo da noite
Fenômeno é visível no começo da noite   Foto: Urs Leutenegger/NASA

“No início das próximas noites, o cometa poderá ser observado logo após o pôr do Sol. Olhando mais à direita, a noroeste, o cometa estará à direita da estrela Régulos, alfa da constelação do Leão e abaixo da estrela Arcturus, alfa da constelação do Boieiro”, explica. 


Bretones afirma que “de uma noite para outra, o cometa poderá ser observado cada vez mais alto com relação ao horizonte, mas seu brilho se tornará mais fraco por estar se afastando do Sol”, explica.  


O professor universitário argumenta que as órbitas de cometas periódicos podem ser elipses achatadas. “Ao passarem nas proximidades do Sol, podem estar próximos às órbitas de Mercúrio e Vênus e, mais afastados, podem ir além da órbita de Plutão. Outros cometas de órbitas abertas como parábolas e hipérboles, passam nas proximidades do Sol, mas provavelmente nunca voltarão”. 


Epidemias e catástrofes


Bretones recorda que a longo da história da humanidade, os cometas foram admirados, listando como e "os astros mais belos que podemos observar". Contudo, ele recorda que, também, foram vistos com medo, associados a epidemias e catástrofes.


"Seja como for, isto só foi esclarecido pela ciência ao longo do tempo. Em momentos de pandemia e na luta contra o coronavírus, a oportunidade de observarmos um belo cometa nos traz um alento. Isto nos faz refletir sobre o papel da ciência e a importância da educação para uma humanidade melhor, pois ainda temos um longo caminho a ser percorrido", finaliza.


Logo A Tribuna
Newsletter