Cervejaria de MG fechada pelo Governo Federal contesta laudo da polícia

Laudo da polícia divulgado na quinta apontou a presença do composto químico dietilenoglicol em garrafas da Belorizontina que teriam sido consumidas pelas vítimas

Por: Do Estadão Conteúdo  -  11/01/20  -  23:04
Atualizado em 11/01/20 - 23:20
Lotes da cervejaria Backer estariam contaminados com etilenoglicol e dietilenoglicol
Lotes da cervejaria Backer estariam contaminados com etilenoglicol e dietilenoglicol   Foto: Divulgação

A cervejaria Backer contestou neste sábado (11) o laudo da Polícia Civil de Minas que apontou a presença da substância dietilenoglicol em garrafas da cerveja Belorizontina, produzida pela marca, e que pode ter sido a causa de uma morte e nove internações em hospitais de Belo Horizonte e da região metropolitana. Segundo o departamento jurídico da empresa, até o momento, não há prova de contaminação do produto.


Laudo da polícia divulgado na quinta apontou a presença do composto químico dietilenoglicol em garrafas da Belorizontina que teriam sido consumidas pelas vítimas. No caso de fábricas de cerveja, a substância pode ser utilizada no resfriamento de tanques ou serpentinas.


A Backer afirma que não usa o produto em sua linha de produção. Exames de laboratório já comprovaram a presença do dietilenoglicol no organismo de três pessoas que foram hospitalizadas. O laudo foi feito com base em garrafas da cerveja recolhidas na casa de possíveis vítimas.


"É importante destacar que não existe laudo pericial conclusivo sobre a presença do dietilenoglicol nas amostras analisadas pela Polícia Civil. Foi elaborada apenas uma análise preliminar. Isso significa que, até o presente momento, não existe prova de contaminação. Tanto é que tal análise não nos foi encaminhada formalmente", afirma o advogado da Backer, Estevão Nejm.


Ministério determinou interdição e apreensão de produtos


Sob alegação de "risco iminente à saúde pública", o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento fechou na sexta-feira (10) a fábrica da Backer no bairro Olhos D'Água, região oeste de Belo Horizonte. A pasta informou que a medida foi tomada de forma "cautelar" e que "foram determinadas ações de fiscalização para a apreensão dos produtos que ainda se encontram no mercado".


Em nota divulgada neste sábado, a Backer disse que, pelo caráter cautelar da medida, "a empresa não foi responsabilizada administrativamente ou penalizada judicialmente, tratando-se de uma medida meramente preventiva".A fábrica afirmou ainda "que segue colaborando e aguardando os resultados das investigações", e que "conforme anunciado, vai realizar uma vistoria completa em seus processos de produção, visando o esclarecimento a toda a sociedade".


Procurada para comentar as afirmações da cervejaria, a Polícia Civil informou que seu laudo é conclusivo.


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