Bolsonaro volta a defender retomada das atividades e diz que economia chegou ‘no limite’

Segundo presidente, paralisação das atividades econômicas vai levar à pandemia da fome e do desemprego; isolamento é defendido por especialistas

Por: Eduardo Brandão  -  30/03/20  -  16:27

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender, na manhã desta segunda-feira (30), a retomada das atividades comerciais e de serviços no Brasil, apesar da escalada de mortes pelo novo coronavírus. Em rápido encontro com jornalistas na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília, ele afirmou que a economia nacional “chegou ao limite” e que o isolamento social propostos em estados e municípios levará à outra pandemia: “a da fome e do desemprego”.


“Não é apenas a questão de vidas. É a questão da economia também, do emprego. Se o emprego continuar a ser destruído, outras mortes virão: por depressão, suicídio e questões psiquiátricas”, afirma. Bolsonaro destaca que 38 milhões de brasileiros na informalidade “não têm mais o que levar para casa”.



Antes, o presidente havia retomado o assunto em suas redes sociais. “Temos dois problemas que não podem ser dissociados: o vírus e o desemprego. Ambos devem ser tratados com responsabilidade. Mas se o remédio for demasiado o efeito colateral será muito mais desastroso”, escreveu Bolsonaro, em sua conta no Twitter.


Com a mensagem, o presidente publicou um vídeo da ex-apresentadora Liliane Ventura, do extinto programa jornalístico “Aqui Agora”, do SBT, que hoje milita a favor do presidente nas redes sociais.  Ela diz que Bolsonaro tem razão em defender o fim da quarentena e cuidados apenas com idosos.


Médicos infectologistas, cientistas e autoridades sanitárias afirmam que o isolamento social é a forma mais eficiente de reduzir a circulação do vírus e evitar um colapso no Sistema Único de Saúde.


Indagado por jornalista sobre ter duas postagens no Twitter apagadas, no domingo (29), por violar as regras da rede social, justamente por pedir o fim do isolamento, Bolsonaro afirmou que não comentaria assuntos relacionados a empresas privadas. 


No fim de semana, o presidente ignorou as orientações do Ministério da Saúde, e fez  visitas em áreas de comércio no Distrito Federal. Segundo ele, esse encontro foi para verificar a situação da população mais vulnerável com a queda nas atividades econômicas.


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