Bolsonaro demite auxiliar de Onyx que fez 'voo particular' em aeronave da FAB

Santini viajou acompanhado de mais duas servidoras, a secretária do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, e a assessora internacional do PPI, a diplomata Bertha Gadelha

Por: Do Estadão Conteúdo  -  28/01/20  -  22:23
No caso brasileiro, a queda no ranking
No caso brasileiro, a queda no ranking "está largamente associada à chegada de Bolsonaro ao poder"   Foto: Estadão Conteúdo

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (28) que irá demitir o secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini, por utilizar uma aeronave oficial para se deslocar até Nova Délhi, na Índia.


Bolsonaro ficou incomodado com o voo particular do número 2 de Onyx Lorenzoni, enquanto demais ministros optaram por viajarem por companhias aéreas comerciais.


"Inadmissível o que aconteceu. Já está destituído da função de executivo do Onyx. Destituído por mim. Vou conversar com Onyx para decidir quais outras medidas podem ser tomadas contra ele", disse Bolsonaro.


O presidente não deixou claro se Santini pode seguir no governo. "O cargo de executivo da Casa Civil já está perdido. Outras coisas virão depois de eu conversar com Onyx", declarou Bolsonaro.


Santini, que substitui Lorenzoni durante as férias do ministro, viajou no dia 21 do Brasil para Davos, na Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, e de lá para a cidade indiana, onde se juntou à comitiva presidencial. Todos os deslocamentos foram feitos em um jato Legacy, da Aeronáutica. A viagem deFABdo secretário-executivo foi noticiada pelo site do jornalO Globo.


"O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros antigos foram de avião comercial, classe econômica", disse Bolsonaro.


O governo não informa o custo da viagem, mas de acordo com oficiais daFABouvidos PeloEstadão/Broadcast, um deslocamento como este não sai por menos de R$ 740 mil.


Santini viajou acompanhado de mais duas servidoras. A secretária do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, e a assessora internacional do PPI, a diplomata Bertha Gadelha.


Segundo interlocutores, Bolsonaro demonstrou ter ficado "muito irritado" com o voo "particular" e a mensagem negativa que pode passar à opinião pública, contrária ao discurso de austeridade nas contas públicas adotado pelo governo federal. O presidente não quis se dirigir a Santini, mas fez chegar a "bronca" ao secretário-executivo.


A estes interlocutores, Bolsonaro disse que quer saber como funcionam as regras de solicitação de aviões daFABpara modificá-las, a fim de evitar "abusos", como classificou este caso.


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