Autor de massacre na Nova Zelândia planejava 3° ataque

Mesquita em Ashburton era outro alvo do atirador; vítimas começaram a ser enterradas

Por: France Presse e Estadão Conteúdo  -  21/03/19  -  16:59
Um refugiado sírio e seu filho foram enterrados ontem, nos primeiros funerais de vítimas do atentado
Um refugiado sírio e seu filho foram enterrados ontem, nos primeiros funerais de vítimas do atentado   Foto: William West / AFP

O chefe da polícia da Nova Zelândia, Mike Bush, acredita que o atirador que matou 50 pessoas em um massacre contra duas mesquitas na cidade de Christchurch planejava um terceiro ataque. Ele disse que os policiais imaginam onde o agressor estava indo no momento em que foi detido, mas não dará mais detalhes porque a investigação ainda está em andamento.


Em um manifesto de 74 páginas que o atirador publicou na internet antes de cometer o atentado, ele dizia que atacaria mesquitas em Christchurch, e uma outra em Ashburton, se conseguisse chegar até lá.


Bush afirmou também que os policiais capturaram o suspeito 21 minutos após a primeira chamada de emergência, e ressaltou que agentes do FBI viajaram à Nova Zelândia para ajudar nas investigações. 


Um refugiado sírio e seu filho foram enterrados na quarta-feira (20), nos primeiros funerais de vítimas do atentado. Centenas de pessoas, principalmente muçulmanas, se reuniram em um cemitério próximo à mesquita de Linwood, o segundo alvo do ataque. 


A multidão se despediu de Khalid Mustafa, 44 anos, e de seu filho Hamza, 15. A família chegou à Nova Zelândia no ano passado como refugiada da guerra civil na Síria.


Zaid, 13 anos, outro filho de Mustafa, foi ferido no ataque mas sobreviveu e assistiu ao sepultamento em uma cadeira de rodas. O refugiado afegão Abdul Aziz, que enfrentou o atirador na mesquita, também foi ao cemitério.


A dor pela perda dos entes queridos foi ampliada pelo fato de que as autoridades não entregaram os corpos no prazo de 24 horas para o enterro, como determina a tradição muçulmana. 


Apenas seis corpos das 50 vítimas foram liberados pelas autoridades. A polícia afirma fazer o possível para acelerar as autopsias e a identificação das vítimas.


Segundo Bush, o processo é lento diante da necessidade de identificar os corpos e a causa da morte sem qualquer dúvida, para não prejudicar o processo judicial.


“Seria imperdoável entregar a uma família o corpo incorreto”. Até o momento foram identificadas 21 vítimas, assinalou Bush.


 


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