Araújo diz que Brasil não vai reconhecer eleição do parlamento na Venezuela

Parte da oposição ao presidente Nicolás Maduro chamou a votação de "golpe", já que parlamentares ligados a Juan Guaidó foram impedidos de entrar para votar no Palácio Legislativo

Por: Do Estadão Conteúdo  -  05/01/20  -  23:50
Luis Parra foi proclamado presidente da Assembleia venezuelana
Luis Parra foi proclamado presidente da Assembleia venezuelana   Foto: FEDERICO PARRA/AFP

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi ao Twitter criticar a votação ocorrida neste domingo (5) na Assembleia Nacional da Venezuela que tornou o deputado Luis Parra, seu presidente. Parte da oposição ao presidente Nicolás Maduro chamou a votação de "golpe", já que parlamentares ligados a Juan Guaidó foram impedidos de entrar para votar no Palácio Legislativo, incluindo o próprio Guaidó, que era até então o presidente da Assembleia. Guaidó também é reconhecido por mais de 50 países, o Brasil incluso, como presidente legítimo da Venezuela.


"Em Caracas, Maduro tenta impedir, à força, votação legítima na Assembleia Nacional e reeleição de Juan Guaidó para a presidência da AN e do governo interino, crucial para a redemocratização do país. O Brasil não reconhecerá qualquer resultado dessa violência e afronta à democracia", escreveu o chanceler brasileiro.


No tuíte, Araújo também compartilhou um vídeo que mostra a Guarda Nacional Bolivariana, fiel a Maduro, impedindo Guaidó de entrar na sede da Assembleia Nacional. O deputado tentou até escalar e pular um portão que cerca o prédio, mas foi impedido pela guarda.


Grupo de Lima critica Maduro eleição da Assembleia Nacional


O Grupo de Lima emitiu uma nota na qual condena o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por ter impedido que deputados de oposição pudessem entrar na sede da Assembleia Nacional, onde ocorreu a votação para a escolha da nova mesa diretora.


"Os países do Grupo de Lima condenam o usa da força pelo regime ditatorial de Nicolás Maduro para impedir que os deputados da Assembleia Nacional pudessem chegar livremente à sessão, convocada por hoje, 5 de janeiro, para eleger democraticamente sua mesa diretora. A Assembleia Nacional tem o direito constitucional de reunir-se sem intimidações ou interferências a fim de eleger seu presidente e diretores, de forma que não reconhecemos o resultado de uma eleição que viola estes direitos e que foi realizada sem a plena participação dos deputados que foram à sessão", diz a nota assinada em conjunto pelos governos de Brasil, Canadá, Colômbio, Paraguai, Bolívia, Chile, Peru, entre outros.


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