Globalização intensificada com a pandemia faz empresas priorizarem candidatos poliglotas

Além de potencializar o currículo, dominar mais línguas ajuda a se destacar em mercado concorrido

Por: Tatiane Calixto  -  16/04/21  -  21:23
Turbinar o currículo com novas habilidades mostra-se cada vez mais necessário
Turbinar o currículo com novas habilidades mostra-se cada vez mais necessário   Foto: Gabrielle Henderson/Unsplash

Na esteira da crise sanitária, os impactos da covid-19 na economia vêm exigindo jogo de cintura e reinvenção para manter a renda ou aumentar as chances de ingressar em um mercado de trabalho cada vez mais restrito. Assim, turbinar o currículo com novas habilidades mostra-se cada vez mais necessário, e investir em um novo idioma pode ajudar.


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Segundo Fabrício Vargas, fundador da Uniway, uma edtech (empresa que alia educação e tecnologia) especializada em exames de proficiência, com a globalização — intensificada pela pandemia —, as empresas ficaram sem fronteiras. Assim, é cada vez mais comum, por exemplo, uma empresa estar somente em solo brasileiro e atuar em inúmeros mercados pelo mundo. “O endereço físico deixou de ser um espaço de trabalho para se tornar somente um endereço fiscal.”


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Isso exige um profissional capaz de se comunicar nesse contexto global. “O inglês é o idioma mais falado no mundo dos negócios e isso não irá mudar tão cedo. Hoje, é falado por quase 1 bilhão de pessoas, menos da metade nativas do idioma. Em qualquer negociação, certamente o inglês sempre será visto como o idioma principal.”


Em seguida, o especialista aponta o espanhol, segunda língua mais falada por nativos. “A grande influência colonial que a língua possui a levou a ser uma língua que deve ser, sim, vista como um grande diferencial no mundo dos negócios.”


Ele afirma que é possível destacar o mandarim como a língua mais falada por nativos no planeta, mas ainda não relevante no mundo corporativo. “Vejo o francês como o próximo idioma a se destacar no mundo dos negócios. A língua é falada oficialmente em 29 países e possui uma grande bagagem cultural. Além disso, é considerada uma língua acadêmica: muitos artigos e publicações foram desenvolvidos nesse idioma, levando alunos a estudarem conosco para serem aceitos em universidades francesas”, menciona.


Crescimento


A psicóloga e especialista em Recursos Humanos e Desenvolvimento emocional Rita Zaher alerta para o fato de que dominar idiomas já não é um diferencial, mas uma obrigação para quem quer conseguir uma posição e crescimento no mercado de trabalho.


“Como sabemos, o mercado está bastante retraído. Hoje, as disputas por emprego ficaram ainda mais acirradas. Essa pode ser uma boa oportunidade para melhorar sua performance se você já estiver atuando ou para disputar uma vaga”, aconselha.


Trabalhar de casa aproximou o mundo e interesses comuns


Para Rita Zaher, embora a questão do home office pareça ter contribuído para afastar pessoas, também trouxe aproximação. Clientes, fornecedores, gestores em países diferentes e com os quais as pessoas de uma empresa teriam menos chances de falar agora estão mais próximos: as reuniões acontecem por intermédio da tecnologia e não há mais necessidade de ir para o exterior.


“Isso facilita o contato profissional e, algumas vezes, podemos nos ver cara a cara com pessoas de países diferentes na mesma reunião para discutir um assunto pertinente a rodas”, exemplifica a especialista.


Pesquisa


Uma pesquisa recente sobre os hábitos dos brasileiros na área da Educação, feita pela da Allya — empresa com foco em benefícios corporativos —, mostrou crescimento na busca por cursos. A plataforma registrou aumento de 14% na procura por descontos, e o inglês é uma das opções mais em alta.


“Hoje, as pessoas trabalham, estudam e convivem muito mais nas suas casas”, observa Fabrício Vargas.


“No começo, foi um supersusto, pois foi uma grande mudança, e grandes mudanças geram grandes conflitos. Mas, ultimamente, as pessoas estão mais acostumadas e já estão olhando mais para o lado positivo de tudo isso, como menos custo com transporte, mais tempo com a família, liberdade de poder estudar e trabalhar de onde quiser”, diz.


Planejamento


O grande desafio é planejar os dias de acordo com as tarefas que as pessoas querem realizar. Assim, Fabrício Vargas orienta que quem busca se aperfeiçoar em um idioma estipule datas, horários e prazos, para que nada fique confuso.


Rita Zaher aconselha que as pessoas aproveitem o maior período em casa para investir nessa competência.


Isso pode ser feito não somente com cursos, mas também assistindo a filmes sem legenda ou buscando contato com pessoas que moram fora do País e podem trocar conhecimentos da língua.


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