Cuide da mente para ir bem no vestibular

Hipótese de não passar na prova deve ser usada como estímulo

Por: Sheila Almeida & Da Redação &  -  04/11/19  -  12:02
Atualizado em 04/11/19 - 12:30
Os candidatos têm até as 12 horas do dia 20 de setembro para se inscrever no site da Fuvest
Os candidatos têm até as 12 horas do dia 20 de setembro para se inscrever no site da Fuvest   Foto: Divulgação

Com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cuja primeira parte ocorreu neste domingo (3), começa a corrida dos vestibulares. Tão importante quanto se preparar com estudos é estar pronto para todas as circunstâncias: a de conseguir ou não a tão sonhada vaga.


Quem explica é a psicóloga Sara Cianelli, mestre em Psicologia Clínica e experiente em Orientação Vocacional. Para ela, não se trata de um preparo para o fracasso, mas de saber lidar com as frustrações e usá-las como alavanca.


“É possível passar e não passar. Se não passei, foi por quê? Com isso, se reinicia a preparação sabendo no que focar”, explica ela.


Otimismo


O estudante Vitor Laranja, de 18 anos, quer cursar Direito na Universidade de Sao Paulo (USP) ou na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Chegou ao cursinho e se deparou com alunos que, há anos, tentam uma vaga. Segundo ele, a melhor forma de lidar com isso é sendo otimista.


“Na minha opinião, o aluno tem de ter na cabeça que vai conseguir. Se começar o ano desanimado, com insegurança forte, não adianta. Tenho amigos que a insegurança bateu, e o rendimento deles no vestibular não foi tão bom quanto o do ano inteiro. Saber lidar com isso é preciso, mas sem deixar o medo te consumir”, ensina, lembrando o que já aprendeu com colegas.


Questão emocional


A psicóloga Sara Cianelli acrescenta que, às vezes, a questão emocional atrapalha. Por isso, a importância de se preparar também psicologicamente. 


“Já atendi muitos adolescentes que vieram de dois, três anos de cursinho. Por trás do motivo, estava a saúde emocional, que nem sempre consegue acompanhar o intelecto. Muitos descobrem que eram os pais que queriam aquilo ou que o foco era sair de casa, e não, passar no vestibular”, descreve.


Telma Amaral, coordenadora pedagógica do pré-vestibular Anglo, no Colégio Progresso, concorda e aborda também o papel da família. Ela coordena o cursinho, é professora de Biologia e conta que recebe matrículas de alunos que tentam há dois, três anos. Ressalta que entendimento e apoio em casa para que o jovem não desista são essenciais nessa maratona.


“Eles falam disso com a nossa psicóloga, comigo, mas é muito importante os pais também conversarem. Esses jovens começam muito cedo. Vamos lembrar que a maioria decide com 17 anos que vai ser na vida. O entendimento dos pais deve ser de que a concorrência é ampla”, conta. 


A psicóloga acrescenta que, quando se tem abertura para o diálogo familiar, o vestibular pode se tornar mais tranquilo. 


“Porque o jovem chega na prova sem aquele peso de não poder falhar. Sabe que, mesmo se não passar, será acolhido e que será preciso reavaliar estratégias e seguir. A vida inteira desse estudante não pode depender de uma nota. Não se decide o futuro numa prova apenas”, aponta Telma.


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