Volta às atividades portuárias vai exigir cautela, segundo Tessa Major

Avaliação sobre o setor portuário pós-pandemia é da diretora de Negócios e Inovação do Porto do Açu, no Rio de Janeiro

Por: Fernanda Balbino  -  24/05/20  -  22:07

A retomada das atividades após a pandemia de Covid-19 exigirá cautela e também poderá representar uma oportunidade de mudanças no setor portuário. A avaliação é da vice-presidente para América do Sul e América Central da Associação Internacional de Portos (IAPH), Tessa Major. A executiva é diretora de Negócios e Inovação do Porto do Açu, no Rio de Janeiro. 


Tessa participou do webinar Porto & Mar 2020, que aborda os impactos da pandemia nas operações portuárias tanto no Brasil como no mercado internacional. O evento é promovido pelo Grupo Tribuna


Segundo a executiva, a IAPH representa cerca de 200 portos e mais de 140 empresas relacionadas ao setor. Responsáveis por cerca de 80% do comércio global, os complexos portuários garantem a distribuição de insumos, alimentos e suprimentos médicos hospitalares por todo o mundo. 


E durante a pandemia de Covid-19, esse fluxo de comércio se torna ainda mais importante para garantir as necessidades básicas da população e, com isso, garantir a continuidade de atividades industriais. No entanto, todas as mudanças de estratégias motivadas pela crise provocarão intensas transformações no setor. 


Uma delas é a digitalização, que garantirá uma maior transparência e agilidade aos processos. Além, disso, um maior uso de tecnologias resultará em um planejamento pró-ativo em toda a cadeia de suprimentos. 


“Acreditamos que essa tendência será acelerada porque haverá novas oportunidades. Claramente, há um forte impulso de digitalização dentro da cadeia geral. Isso tornará a sua logística mais transparente, mais previsível e permitirá que você reaja mais rapidamente”, afirmou Tessa. 


Avaliação periódica


De acordo com a executiva, os impactos da pandemia são avaliados periodicamente pela IAPH. E a situação é diferente em cada parte do mundo. Algumas questões, como impactos no transporte de passageiros em cruzeiros são verificadas mundialmente. 


“Relatórios são realizados semanalmente. Europa com situação cada vez mais estabilizada, tentando voltar ao normal. A América do Norte ainda está sofrendo um pouco, mas a situação na África e na América Latina está diferente porque estamos um pouco atrasados. É possível ver isso porque o impacto ainda está chegando e vemos semanalmente”, afirmou a executiva. 
Há, ainda, o temor com uma possível segunda onda de contágio por covid-19 na Ásia e impactos operacionais. Por conta disso, se torna ainda mais importante a cautela na retomada das atividades como no período pré-crise. 


“Todo mundo está no mesmo barco e ele está se movendo em velocidade diferente porque a cada hora o coronavírus está em um país diferente. Mas todo mundo está no mesmo barco”, afirmou Tessa. 


Para a executiva, uma retomada rápida das atividades pode não ser a melhor ideia neste momento. “Em vez de forçar a velocidade, eu preferira ser um pouco mais conservador e fazer o mínimo possível para garantir que todos fiquem em segurança”.


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