Observando sempre as boas práticas no trânsito

Observatório Nacional da Segurança Viária estimula consciência

Por: Da Redação  -  04/10/20  -  23:23
Eventos que debatem as boas práticas no trânsito são parte do cotidiano dos membros do Observatório
Eventos que debatem as boas práticas no trânsito são parte do cotidiano dos membros do Observatório   Foto: Divulgação

Discutir as questões relativas ao trânsito, promovendo debates, propondo ideias. Pensar a integração entre os integrantes desse autêntico ecossistema. Essa é a missão do Observatório Nacional da Segurança Viária (ONSV). Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), ela atua como um órgão de inteligência que, por meio de educação, pesquisa, planejamento e informação, promove e executa os subsídios técnicos necessários ao convívio harmônico entre pessoas, veículos e vias. 


Uma de suas principais iniciativas é o Projeto Educa. Com um conteúdo alicerçado na legislação brasileira e totalmente alinhado com a Base Nacional Comum Curricular da Educação – BNCC , são disponibilizados conteúdos que contemplam o Ensino Fundamental para formar cidadãos que contribuam com uma melhoria continua e um transitar mais seguro, reduzindo o número de acidentes no País. 


O Maio Amarelo, que chama a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo, também merece ser lembrado. O objetivo do movimento é uma ação coordenada entre o Poder Público e a sociedade civil.


“O trânsito é transversal na nossa vida. Estamos em época de eleição, e queria ver se algum político vai falar desse tema. Vai falar, no contexto que tange ao viaduto, ao congestionamento. Não no que tange à segurança. É algo quer não está na pauta de nenhum político no Brasil. Mesmo porque um acidente de trânsito é tratado como uma fatalidade. Não é: ele vem precedido de negligência, imprudência e imperícia”, avalia José Aurélio Ramalho, presidente do Observatório. 


Ele afirma que vários entes públicos têm sido responsabilizados por contas de acidentes, muitas vezes fatais. “Hoje, muitos dirigentes do Poder Público estão sendo indiciados criminalmente e na parte civil, por falhas que levaram a óbito munícipes por falha de sinalização, de administração do Poder Público. Isso é muito interessante. Tem que responsabilizar sim! Cerca de 60% dos leitos hospitalares na Emergência são ocupados por acidentados no trânsito”, resume. 


Ramalho conta que a atuação do Observatório foi importante para definir alguns aspectos das alterações no Código de Trânsito Brasileiro. “A PL tem dois fatores importantíssimos, que passaram um pouco despercebidos. O primeiro é não deixar que a regulamentação das motocicletas e ciclomotores passasse para os municípios. Isso seria uma carnificina. O Observatório trabalhou forte nos bastidores. O outro foi banir a questão da pena alternativa para crimes de álcool e direção. Se você ferir ou matar alguém, vai pagar por isso. Foi um gol aos 45 do segundo tempo, daquelas que ainda precisam do VAR para ser validado. De tudo que criaram ali, esse foi o grande troféu”.


O fator humano


Mais do que tecnologia de ponta nas estradas ou nos veículos, quem ainda faz a diferença na boa convivência entre os entes do trânsito é o ser humano. O bom funcionamento do “dispositivo”, na visão de Ramalho, deve ser considerado.
 
“Uma vez me perguntaram qual o equipamento no veículo que mais pode ajudar a reduzir os acidentes. Disse que é aquela peça entre o banco e o volante. Esse ‘dispositivo’ já vem com inteligência artificial de fábrica, consegue fazer cálculos atuariais de forma impressionante, algoritmos para tomadas de decisão numa velocidade espantosa. Ele é capaz de ler uma placa de “velocidade máxima” e, em milésimos de segundo, fazer a manutenção da velocidade, não dar a partida no carro enquanto todas as crianças não tiverem acionado seus dispositivos e atender a comandos básicos de sinalização. Então, é nesse “equipamento” que devemos investir”.


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