Estudo da GeoBrasilis mostra que prospecção é de boas áreas para investir

O material foi apresentado em 2018 no evento Implantação de Base Offshore como Alavanca do Desenvolvimento Regional, promovido pela ACS

Por: Da Redação  -  06/09/20  -  21:46
Evento acontece no auditório da Associação Comercial de Santos (ACS), na quinta (6)
Evento acontece no auditório da Associação Comercial de Santos (ACS), na quinta (6)   Foto: Divulgação

Mapear as principais áreas aptas a receber a instalação da base de apoio à cadeia produtiva de petróleo e gás extraídos na camada de pré-sal.


Essa foi a proposta do estudo desenvolvido pela consultoria GeoBrasilis, encomendado pela Associação Comercial. O material foi apresentado em 2018 no evento Implantação de Base Offshore como Alavanca do Desenvolvimento Regional, promovido pela ACS. Passados dois anos, ele segue relevante.


“Você precisa ter áreas próximas ao canal de Santos ou do acesso ao mar. Quando você vai a um condomínio ou loteamento de casas, nem todas estão ocupadas. A lógica é um pouco parecida. Nos próximos anos, você não precisa de muitas áreas. Em curto prazo, basta um terminal com acesso marítimo com uma área de 40 mil metros quadrados. Aí é mais fácil”, descreve José Roberto dos Santos, diretor da GeoBrasilis. O estudo prevê, neste momento, de tamanho máximo até 70 mil metros quadrados.


O levantamento dividiu as áreas disponíveis em três grupos, conforme a facilidade para execução do projeto em curto prazo. Dois terminais privados do Porto de Santos e o Complexo Industrial Naval de Guarujá (Cing) apresentam vantagem neste caso.


Santos lembra que, á medida que haja o crescimento da indústria de petróleo e gás, serão necessários espaços cada vez maiores. Neste contexto de médio prazo, estão lotes na Base Aérea de Santos (que fica em Vicente de Carvalho, em Guarujá) e onde funcionará o novo Aeroporto Metropolitano, administrado pela Infraero, além do terminal privado da Usiminas, em Cubatão. Aqui, as áreas teriam entre 100 mil e 200 mil metros quadrados.


“A demanda de área é relacionada à demanda de barris de petróleo. Quando mais eu produzo, com mais plataformas vou ter que trabalhar em alto-mar. E essas plataformas precisam de vários itens, desde o alimento às pessoas que trabalham ao recebimento de materiais e equipamentos. Para isso, precisará de mais espaço em terra”, explica.


Por fim, em longo prazo, o estudo aponta possibilidades de áreas ainda mais amplas, como glebas na Área Continental de Santos e do retroporto na Margem Esquerda do Porto (Guarujá). “Esses locais terão maior tempo de desenvolvimento, pois não têm projeto nem licenciamento ambiental. Só se tornarão viáveis quando existir demanda (no pré-sal)”, complementa Santos.


Insumos e materiais


Mauro Sammarco, da ACS, pondera que o Estado de São Paulo inteiro produz 70% dos produtos e dos insumos que são embarcados nas plataformas operando na costa brasileira, o que seria um elemento facilitador para atrair uma base operacional para a Região. Na mesma linha, o diretor da GeoBrasilis faz um cálculo simulado de um potencial prejuízo de uma operação paralisada e atrapalhada por longas distâncias entre a plataforma e a base de apoio.


“A distância do terminal de embarque marítimo não pode ser maior do que 30 ou 40 quilômetros. Suponhamos que uma plataforma produza 100 mil barris por dia, custando 60 dólares cada. Então quebra o equipamento e a produção para. O fornecedor não está perto, e leva dois dias para mandar, por rodovia, o equipamento novo. O prejuízo é enorme. Essa lógica diz que os fornecedores de insumos e as empresas que prestam serviço de manutenção, reparos de equipamentos e alguns itens essenciais, precisam ficar próximos do embarque. E eles podem acontecer nestes pontos citados no estudo”, finaliza.


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