Empresas devem ter transparência com colaboradores para enfrentar pandemia

Momento de crise exige composição e entendimento entre patrões e empregados para que todos consigam contornar situação

Por: Maurício Martins  -  31/03/20  -  02:28
Rita Zaher e Pedro Veras dos Anjos participaram do debate transmitido ao vivo
Rita Zaher e Pedro Veras dos Anjos participaram do debate transmitido ao vivo   Foto: Matheus Tagé

Enfrentar a pandemia de coronavírus exige composição e entendimento entre patrões e empregados, mas uma coisa é indispensável em qualquer crise: diálogo e transparência. Especialista em Recursos Humanos (RH), a professora universitária Rita Zaher explica que as empresas devem explicar a necessidade de conter despesas e demonstrar a queda na arrecadação.


“Se eu confio na minha empresa, no meu gestor, no meu chefe, eu vou colaborar mais. Se eu sou desconfiado, vou pensar que o patrão está se aproveitando, que não vai cortar nada na casa dele, só na minha. Então, é o momento de abrir o jogo, pôr as cartas na mesa e mostrar confiança. Quem souber negociar, vai sobreviver. É um período, não vai durar a vida toda”, diz a especialista.


Segundo ela, é possível implementar uma série de ações antes de consequências mais dolorosas, que é o corte de empregos. “O empresário é muito preto no branco. É racionalidade, é papel, é a situação agora. Então, cabe a negociação com a equipe. Algumas empresas deram férias coletivas, uma ótima saída para ter tempo de pensar em estratégias”. 


O tema foi discutido nesta segunda-feira (30) no fórum A Região em Pauta, promovido por A Tribuna. O assunto empreendedorismo foi adaptado ao atual momento e o evento não teve o formato tradicional, em auditório, com público. Para preservar as pessoas, foi feito em estúdio e transmitido ao vivo pelo Facebook do Grupo Tribuna


Inovação  


O professor de Administração de Sistema de Informação, Inovação e Empreendedorismo na Esags/FGV, Pedro Veras dos Anjos, lembra que atual situação trouxe à tona a importância da capacitação digital e novas soluções. Muitas empresas colocaram funcionários trabalhando de casa e alguns negócios precisam de maior suporte. 


“Tem muita gente com dificuldade de mexer com programas. Talvez seja o momento de alguém pensar em produtos que possam atender essa realidade. O cliente que apareceu agora precisa de algo diferente, seja uma pessoa que está em casa e não conhece tecnologia, seja o médico que precisa de mecanismos para falar com os pacientes”. 


Para ele, inovar na pandemia é pegar alguma coisa que já existe e gerar valor em cima dela, para um determinado público. “É saber o que o outro precisa. O cliente não pode ir atrás do produto, então o produto precisa chegar nele”.


O Jornal A Tribuna publica no próximo domingo (5) um caderno especial com a cobertura completa do tema debatido no A Região em Pauta. 


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