Empreender: ação, opção, visão

Cada vez mais, mulheres mostram força na hora e tocar um negócio próprio; mesmo com vários desafios, são exemplo de resiliência

Por: Da Redação  -  14/03/21  -  21:29
  Foto: Alexsander Ferraz/AT

No dicionário Michaellis, empreender significa “Pôr em execução; fazer, realizar” . para um exército cada vez maior de mulheres, que não mede esforços para tocar o seu próprio negócio, significa mais. O verbo transitivo direito está atrelado a sensações como independência e afirmação. Mas é preciso saber fazer. E mudar quando necessário.


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Estas são algumas lições deixadas pelas participantes da live Empreendedorismo Feminino, que abre o projeto A Região em Pauta. Realizada na última segunda-feira, na página do Grupo Tribuna no Facebook, a conversa foi mediada pela editora-chefe Arminda Augusto e teve a participação de três mulheres ligadas diretamente ao empreendedorismo, que contaram histórias e apontam caminhos.


Em comum entre elas, um sentimento: a decisão de apostar num talento, numa vocação ou numa área de interesse precisa ser bem pensada, para resistir ás tempestades que uma economia instável como a brasileira pode oferecer. Preparação e foco são primordiais, mas dedicação é a mola mestra de todos os processos.


“Empreender pode ser um sonho, um meio de trazer melhores condições para a família. Então, acho que nosso principal ponto é mostrar para essa mulher o potencial que ela tem. A gente trabalha gestão, planejamento. O comportamento empreendedor é algo que a gente pode desenvolver e esse é um dos principais desafios”, avalia Priscila Veríssimo, analista do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).


Para ela, a motivação para empreender pode vir de uma necessidade urgente. “Um ponto muito importante é que, em plena pandemia, aumentou 40% as mulheres que empreendem. Isso foi uma resposta às decepções que estas mulheres sofreram e, para buscar uma outra fonte de renda, elas começaram a empreender”, conta.


Persistência e criatividade


A força de vontade foi o que tirou a empresária do ramo da beleza Lisa Silone, de Cubatão, do caminho corporativo. Demitida e com as contas chegando, o jeito foi investir em algo que já sabia fazer. Com conhecimento e dedicação, deu um novo rumo profissional à sua vida.


“Tinha um curso na área de sobrancelha, fui me especializar, aproveitei o que eu tinha. Por isso que digo para as pessoas que não precisa de muito para começar”.
Em um vídeo exibido durante a live, outra empresária, Natsasha Cosmatri, deu a receita de sucesso para tempos bicudos, como os atuais.


“Um dos meus maiores desafios como empresária, na pandemia, foi transformar o nosso atendimento presencial em online de qualidade. Que o cliente se sinta importante desde o início do atendimento até o fim. Mas que, acima de tudo, a gente consiga transformar o ato de fazer uma compra em uma experiência de bem-estar e acolhimento na pandemia”.


Hora da virada


E quando o sucesso empresarial vem acompanhada da vontade latente de fazer o bem? Assim, a empresária Alcione Albanese deu a largada para o projeto Amigos do Bem, que leva esperança ao sertão nordestino. Segundo ele, o amor pelo próximo pesou na decisão de abandon largar a carreira corporativa em prol de uma causa social relevante.


“Temos um modelo de desenvolvimento social sustentável, onde a área produtiva gera recursos que mantêm a área de Educação. Nosso projeto é uma referência, importante que seja feito nos nosso País, onde temos desigualdade gritante. Quando você começa, coloca sua dedicação, o seu amor, vai vendo os resultados”, resume.


Elas têm a força


Um dos desafios para compreender a força do empreendedorismo é assimilar o alcance do poder feminino. Driblar a desconfiança, inclusive a própria, é uma das chaves para decolar em qualquer negócio.


“Um ponto é que a gente precisa quebrar esse paradigma de que elas não se enxergam como empreendedoras. “Às vezes, eu só faço um bolo, para ganhar uma renda extra, ou vendo uma roupa”. Mas isso, sim, já é ser empreendedora”, afirma Priscila Veríssimo, do Sebrae.


Alcione Albanese, do Amigos do Bem, sabe bem o que é transformar mulheres em empreendedoras. “Estamos gerando mais de 300 empregos para mulheres que só conheciam a roça, com as nossas oficinas de costura. Elas hoje fazem sacolas, fizemos até uma parceria, as nossas sacolas de patchwork. Fizemos máscaras. Hoje, elas trabalham, agradecidas. Hoje têm um salário, um trabalho, podem sonhar”, relata.


A recompensa pela independência obtida, conta a empresária, pode chegar em um abraço. “Há um ano e pouco, uma das costureiras me abraçou chorando, e disse: ‘Foi a primeira vez, na minha vida, que pude escolher a cor do chinelo pro meu filho’. Isso é forte demais. Tudo o que vinha, era o que davam, ela não tinha dinheiro”.


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