Cultura em Santos: entre a confiança e a cautela

Cidade prepara reabertura segura do setor

Por: Da Redação  -  02/08/20  -  17:00
Live Solidária com a banda Charlie Brown Jr. teve ótima audiência
Live Solidária com a banda Charlie Brown Jr. teve ótima audiência   Foto: Reprodução

“A Cultura será vital para a reabertura da Cidade”. A frase pode até parecer pretensiosa, mas quem conhece o secretário de Cultura de Santos, Rafael Leal, sabe que a visão tem a soma de confiança e expectativa. 


Com a Baixada Santista permanecendo na fase amarela do Plano São Paulo do Governo do Estado (deverão ser completados 28 dias nessa classificação na próxima sexta), vai se aproximando a hora do reencontro dos santistas com algumas atividades culturais. Mas tudo com responsabilidade. 


“Pelo Plano SP, 28 dias contínuos na fase amarela, nós temos a prerrogativa de abrir nossos espaços. Aí, a gente fala de galerias, museus, bibliotecas, cinemas, teatros. Claro que, todos eles cumprindo protocolos e com um decreto próprio”, antecipa o secretário. A decisão final sobre a reabertura, porém, será oriunda de um consenso com as pessoas do setor cultural.


“Temos nos reunido com as lideranças desses segmentos, os proprietários, estamos com um estudo interno dos nossos equipamentos. Agora, a gente vai dialogar, conversar com os demais segmentos, deixar tudo pronto, alinhado para tomar a melhor decisão. Se a melhor decisão for a manutenção dos equipamentos fechados, a decisão tem que ser pensando na vida das pessoas”, avisa. 


Alternativas após o baque


Rafael Leal acredita que a Cultura em Santos, mesmo sem a opção das atividades e eventos presenciais, cresceu em meio à quarentena. O canal no YouTube Cultura Santos virou uma espécie de “palco virtual”. Porém, tudo isso veio após o baque de ter que interromper um projeto que havia acabado de começar: o Hora da Cultura.


“Foi um baque para nós, num primeiro momento. O ingrediente básico do nosso trabalho, da nossa atividade, é o encontro de pessoas. Tudo o que a gente não pode fazer neste momento. E o grande combustível para a gente fazer isso é o aplauso”, conta o secretário. 


Foi, então, preciso agir. E a Secult determinou algumas premissas: não mandar desligar ninguém, manter o quadro estável (Orquestra Sinfônica, Balé da Cidade etc) e criar um espaço para viabilizar todas as atividades, ainda que de forma virtual. Meses depois, constata-se que deu certo. 


“O único momento de alegria nesse período é quando se tem acesso à arte e cultura. Seja vendo um filme, lendo um livro ou ouvindo uma música. Na hora em que alguém está usufruindo de qualquer conteúdo deste tipo, está feliz e em paz”, define Leal.


Uma grata surpresa


O aspecto social ganhou importância durante o período de pandemia. Na Cultura não foi diferente. As lives solidárias, como as da banda Charlie Brown Jr. e a Clássicos do Rock, junção da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos (OSMS) com expoentes da música santista, somou tanto um número considerável de visualizações bem como excelentes arrecadações de cestas básicas, destinadas a quem mais precisa.


“Conseguimos ter cadastrados conosco 900 famílias, que trabalham na área da Cultura e estão impactadas neste momento. Através de nossas lives solidárias, distribuir cestas básicas para estas famílias. Hoje, a gente tem garantida, até o final do ano, alimentos para essas famílias. O projeto da Live Solidária não nasceu só para movimentar a cadeia produtiva e criativa, levar entretenimento para quem está em casa, mas atender a essas famílias”.


Com as cestas básicas, seguiram livros e um frasco de álcool gel. Rafael Leal conta que o retorno foi gratificante. “Tem todo um simbolismo: além de matar a fome, também tinha a fome de saber. Começamos a receber diversas mensagens. Pessoas emocionadas com este gesto de carinho. E todos estamos mais sensíveis neste momento. É o que tem nos dado energia para, no dia a dia, continuar a fazer nossa atividade”.


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