Cresce o empreendedorismo feminino em meio a pandemia de covid-19

Segundo Priscila Veríssimo Pimentel, analista do Sebrae, houve um aumento de 40%. Ela foi uma das participantes do "A Região em Pauta"

Por: Da Redação  -  09/03/21  -  00:03
Atualizado em 09/03/21 - 00:11
Evento foi realizado de forma virtual, com transmissão nas redes sociais do Grupo Tribuna
Evento foi realizado de forma virtual, com transmissão nas redes sociais do Grupo Tribuna   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A pandemia da Covid-19 , com a crise econômica que veio a reboque, fez surgir um grande contingente de empreendedoras, com um aumento verificado de 40%. O dado foi destacado pela analista do Sebrae, Priscila Veríssimo Pimentel, uma das participantes da live do projeto A Região em Pauta, realizada no Facebook do Grupo Tribuna, nesta segunda-feira (8), sob o tema Empreendedorismo Feminino.


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Comandado pela editora-chefe, Arminda Augusto, o encontro também contou com empresária Alcione Albanesi e Liza Silone, microempreendedora da Região. Um caderno especial, que será publicado no próximo domingo, ampliará o debate.


De acordo com Priscila, o levantamento define algumas características dessa mulher empreendedora, em comparação aos homens. Entre eles, estão: maior grau de escolaridade, mais jovem, trabalhando mais sozinha (por conta própria) e estrutura de negócios mais simples, entre outras.


“Esse número mostra o quanto a mulher vem ganhando espaço. Na pandemia elas também se mostraram mais proativas, buscando inovar, lançando novos produtos, sempre de acordo com a necessidade do cliente. Porque, se a gente pensar, comparado com um tempo atrás, o cliente quer novas soluções. Então, essa mulher se adequou”, avalia a analista do Sebrae.


Para Priscila, essa conscientização de que é possível obter êxito num empreendimento tem movido a nova leva de donas do próprio negócio. “Pelo que percebo, as mulheres vem quebrando barreiras. Uma coisa que achei muito interessante nessa pandemia é que as mulheres buscaram ficar mais tecnológicas. Conhecer melhor o público alvo, tratar o cliente de forma diferenciada, para que se sinta único. Houve essa busca por capacitação e potencialização do uso de internet. Isso é primordial, no momento em que estamos vivendo”.


Exemplo de força


Essa nova leva de empreendedoras traz consigo muitos exemplos de conquistas obtidas após luta, quebra de desconfiança e situações que colocaram a resiliência à prova. Foi o que aconteceu com Lisa Silone. Microempreeendora no ramo da beleza, ela decidiu abrir uma clínica própria, em nome do maior conforto para as clientes. Ano passado, um incêndio no imóvel atingiu seu empreendimento.


 “Perdi tudo. O sentimento de frustração veio. Mas, o que fazer? A gente não pode desistir dos nossos sonhos, acreditar no nosso potencial”, raciocina a empresária de Cubatão.


E pensar que tudo começou de uma sensação de estagnação. “Havia uma vontade de crescer. Tinha vontade de empreender, mas Não sabia como. Me via limitada no mercado de trabalho. Devido à uma necessidade, fui mandada embora e não via chance de crescer no  mundo corporativo. Decidi acreditar em mim”, resume Lisa, repetindo o filme  de mulheres empreendedoras e, sobretudo, inspiradoras.


No sertão nordestino, a luz da solidariedade


Alcione Albanesi é daquelas pessoas que podemos chamar de iluminadas – e não é por conta da empresa do ramo de lâmpadas que comandou durante anos. É algo que se materializou no momento em que trocou uma experiência empresarial bem-sucedida por um ato de amor: nasceu o Amigos do Bem, no interior do Nordeste, e que conta com mais de 75 mil “filhos”. Para ela, é a concretização de uma missão, tocada ao lado de 10.300 voluntários, onde são gerados empregos e, sobretudo, cidadania.


“Em 1993, fiz uma viagem para o sertão nordestino, para Natal (RN), e essa viagem me trouxe uma profunda transformação. Fui uma pessoa e voltei outra. Começamos a ver uma outra parte do nosso País que nem achava que existisse. Crianças correndo sem roupas, adultos com roupas rasgadas. Gente assustada com gente. Durante dez anos, mapeamos os locais mais carentes do Nordeste. Vi algo muito pior do que se sabe. Se você vê uma foto, algo por fora, é uma coisa. Quando você entra na vida da pessoa, olha nos olhos delas e vê a lágrima caindo, não há como isso não nos modificar”, relata.


Em 2014, ela tomou a decisão de se desfazer da empresa e assumir exclusivamente o lado solidário. Nasceu o Amigos do Bem. “Me perguntam o que eu faço: respondo que cuido de gente.  Temos jovens na faculdade, quebrando ciclo da miséria. Geramos trabalho. Hoje temos a maior plantação de caju de Pernambuco. Dizem que devemos ensinar a pescar. Pois, “em rio seco, não se pesca”. Estamos dando trabalho, educação e feito a uma grande diferença na vida de milhares de pessoas”. A principal fonte de financiamento


A alfabetização é uma bandeira defendida por Alcione com o vigor de uma mãe zelosa. “Quem não é alfabetizado, não é livre. Quando me perguntam se vale a pena investir nisso com 40, 50 anos de idade, devolvo perguntando se a pessoa quer passar o resto dos anos de vida sem estar livre”, diz a empresária que levou luz às pessoas.


Confira a edição do "A Região em Pauta":



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