Confira como foi o 'A Região em Pauta' que teve a Educação como tema principal

Quando voltarem às salas de aula, alunos terão sofrido uma defasagem educacional superior a quatro anos, diz coordenadora de movimento

Por: Anderson Firmino  -  06/04/21  -  08:50
Live do A Região em Pauta foi transmitida ontem pelo Grupo Tribuna
Live do A Região em Pauta foi transmitida ontem pelo Grupo Tribuna   Foto: Matheus Tagé/AT

Na educação brasileira, que mira o futuro pós-covid, existe uma premissa básica: reaprender a ensinar pede entendimento entre todos os envolvidos. E isso pode vir por meio de um gabinete nacional de enfrentamento dos efeitos da pandemia. A necessidade de integração dos entes envolvidos no espectro educacional foi destacada na noite desta segunda-feira (5), em live do projeto A Região em Pauta, transmitida pela página do Grupo Tribuna no Facebook.


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Com mediação da editora-chefe de A Tribuna, Arminda Augusto, participaram o ex-senador e ex-ministro da Educação, Cristovam Buarque; o presidente do Sindicato dos Professores de Santos e Região, Walter Alves; e Priscila Cruz, presidente do movimento Todos pela Educação.



“O primeiro passo seria uma coordenação nacional, que o Governo tem como atribuição e abriu mão por uma série de convicções. É colocar todo mundo que tem a caneta na mão: governos estaduais, municipais, junto de universidades, especialistas de educação, órgãos de controle e, também, o Legislativo”, diz Priscila.


Ela prevê que a defasagem educacional dos alunos, impedidos de estudarem de forma presencial e restritos às aulas remotas, deve ser maior do que os quatro anos apontados inicialmente por especialistas em Educação. “Com o descaso no trato da pandemia, temos recorde de dias sem escola. Com elas fechadas, esse retrocesso será muito maior. Vejo problemas de aprendizagem, desenvolvimento cognitivo, social, físico. De saúde mental entre os adolescentes, além de alimentação insuficiente, especialmente entre as crianças mais pobres”, pondera.


Cristovam Buarque faz um paralelo com a situação de pobreza que atinge várias regiões do País. “Imagine um povoado pobre, só de casebres, e acontece um terremoto. É pior em cima de uma tragédia. O quadro educacional brasileiro já era trágico”, decreta.


Preocupação neurológica


Para o ex-senador e ex-ministro, a preocupação com o futuro dos alunos no pós-pandemia vai além da retomada didática. Passa também por uma questão de capacidade de aprendizagem, afirma. “Existe um retrocesso cerebral. Essas crianças, há um ano sem aula ou com aula a distância — e não é aula, mas transmissão de uma aula presencial, é outra coisa —, elas vão voltar com uma perda de massa cerebral, e isso é inquebrável. Vão precisar de psicólogo, de neurologista.


Não é só voltar a aprender Matemática ou Português, mas reaprender a pensar. Essa é uma tragédia em cima da tragédia, que, dessa vez, vai afetar tanto ricos como pobres. A diferença é que os ricos vão se recuperar mais facilmente”, complementa Buarque.


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