A Região em Pauta: Na pandemia, empreender de forma criativa

Empresas de pequeno porte precisam pensar em soluções para manter clientes e vendas em tempos de coronavírus

Por: Maurício Martins  -  31/03/20  -  01:32
Atualizado em 31/03/20 - 01:40
Editora-chefe de A Tribuna, Arminda Augusto, com Michelle Divino e Marcio Cruz
Editora-chefe de A Tribuna, Arminda Augusto, com Michelle Divino e Marcio Cruz   Foto: Matheus Tagé

Ter calma para enxergar a realidade e criatividade para repensar o negócio, indo ao encontro das necessidades atuais dos clientes. Essas são as principais orientações dadas nesta segunda-feira (30) por consultores do Sebrae na Baixada Santista para as micro e pequenas empresas. Durante o período da pandemia de coronavírus, se desesperar ou esperar apenas por ações dos governos pode piorar a situação.


Os consultores participaram do fórum A Região em Pauta, promovido por A Tribuna. O tema empreendedorismo foi adaptado ao atual momento e o evento não teve o formato tradicional, em auditório, com público. Para preservar as pessoas, foi feito em estúdio e transmitido ao vivo pelo Facebook do Grupo Tribuna.



O consultor do Sebrae Marcio Cruz afirma que o primeiro passo é assumir a realidade e analisar o cenário. “Quando falamos em sobrevivência, imagina que caiu um avião e você sobrevive no meio da selva. Quanto mais rápido você recuperar a sua razão e compreender o que precisa para sobreviver, a chance é maior”.  


Cruz explica que a pandemia pede estratégia e direcionamento aos empreendedores. Quanto mais tempo passarem se lamentando, maior o risco. “A pessoa precisa se perguntar: qual é o mínimo custo da minha operação? O valor mínimo que ela vai precisar para passar 15, 30, 60 dias. Quais contas consegue não pagar e vai renegociar lá na frente? Vai chegar o momento de escolher e estabelecer um critério. Pagar aquelas que são necessárias para o negócio seguir”.  


Criatividade 


A consultora do Sebrae Michelle Divino sugere criatividade aos pequenos negócios para agregar valor ao produto ou serviço e entender o que o público precisa em período de quarentena. “Se eu vendo chocolate, eu posso entregar junto um brinquedo, já que as crianças estão em casa. Qual impacto esse brinquedo pode ter? Esse é um benefício”.


Segundo Michelle, há ferramentas para compreender o que o cliente precisa, mas, diante da falta de tempo para planejar, ela dá uma dica preciosa. “Você pode dosar o benefício que o cliente espera prestando atenção nos elogios que ele faz quando compra. No caso de uma pizza, se elogia que chegou quentinha ou de forma rápida, isso é importante para ele. A partir daí, desenhamos a estratégia”.


No caso dos restaurantes que atualmente só podem trabalhar com delivery, a consultora explica que alguns pontos devem ser observados para o sucesso. Uma das questões é deixar os pratos mais próximos do que são quando consumidos no espaço físico. 


“É cuidar da temperatura, da apresentação. Quem vende massa, pode mandar um queijo ralado, azeite, por exemplo. São esses diferenciais que a gente tem que criar, mantendo a mesma qualidade do produto consumido no restaurante”. 


Tiro no pé 


Para o comerciante que está aproveitando o momento difícil para lucrar em cima da pandemia, ou seja, vender produtos essenciais – incluindo comida – por preços supervalorizados, Michelle dá o recado: o consumidor não vai esquecer e os reflexos virão no futuro.


"Foi-se o tempo em que o cliente era indiferente. As empresas que entendem a crise como sinônimo de oportunismo – e não oportunidade – serão incineradas. Os clientes estão atentos e a internet está aí, as pessoas se comunicam”.


Logo A Tribuna
Newsletter