A Região em Pauta: Educação na pandemia exige criatividade e cuidado emocional

Não há remédio, nem vacina para o coronavírus. Assim como também não há fórmula pronta para manter o ensino durante a pandemia. A área da Educação tenta se adaptar ao novo cenário e uma das formas é trabalhar o conteúdo à distância, de forma on-line. E como encaixar a nova rotina na realidade de crianças e adolescentes? Com criatividade, mas sem descuidar do lado emocional, dizem especialistas.

O assunto foi discutido em dois blocos, no Fórum A Região em Pauta, nesta segunda-feira (27). O encontro abordou os desafios da Educação a Distância, com foco nos ensinos Fundamental e Médio. O debate virtual teve transmissão ao vivo pelo Facebook do Grupo Tribuna. A mediação foi feita pela jornalista Arminda Augusto, editora-chefe do jornal A Tribuna.

Assista a íntegra

O primeiro painel abordou o tema “Escola e família estão preparados?”. Participaram a educadora Elisabeth Tavares, ex-dirigente estadual de Ensino, doutora em Educação e professora do Mestrado da Unimes, e a neuropsicopedagoga Ângela Cotrofe, especializada em crianças e adolescentes.

“Estamos vivendo um desafio que jamais vivemos. As escolas não estavam preparadas para isso. Não há transposição do ensino presencial para o à distância, cada um tem suas especificidades. A transposição é o maior erro que estamos cometendo. A tecnologia é um meio, mas temos que ser criativos e adotar formas de entregar atividades aos alunos que não só digitais”, diz Elisabeth.

Para Ângela, as famílias precisam ter tranquilidade, confiar nas escolas e dar tempo para que ocorra uma organização. “As crianças e adolescentes estão agitadas com outra rotina, e os pais também. Mas isso será alinhado. Nesse momento, as famílias precisam estar preocupadas com a saúde emocional. Ter uma alimentação regrada, higiene e horário de sono”, diz a neuropsicopedagoga. 

Rede pública 

O segundo painel discutiu o tema “Boas práticas na rede pública”, com Rafael Turlão, responsável pelo departamento de Inclusão Digital da Prefeitura de Praia Grande, e Elizabeth Marques, diretora da Escola Estadual Suetonio Bittencourt, de Santos. 

“Logo no início da pandemia no Brasil, as nossas professoras de Ciências, que fazem sabonete líquido, fizeram a conscientização em todas as salas sobre a higienização das mãos, de não colocar no rosto e arejar as salas. Logo depois, tivemos, gradativamente, a suspensão das aulas. Fizemos reunião com os professores para o contato com os alunos permanecer”, explica Elizabeth. 

Segundo Turlão, Praia Grande não só implantou tecnologia, mas atua na capacitação dos professores para uso das plataformas digitais. “Muitos alunos só terão contato com a tecnologia nas escolas, infelizmente. É o momento de ter calma e identificar qual melhor forma de ter contato com os alunos. Não é momento de desistir”.

Além da cobertura nos portais do Grupo Tribuna, o evento será tema de matéria publicada nesta terça-feira (28) em A Tribuna e de um caderno especial, no domingo (3), também no jornal.