'A Região em Pauta': Artistas contam como se reinventaram durante a pandemia

Bate-papo virtual teve as participações de Supla, Gustavo Anitelli, e ainda Suzana Pires e Marcelo Serrado

Por: Egle Cisterna  -  28/07/20  -  00:51
Atualizado em 28/07/20 - 00:52
Este foi o sexto encontro do ano e foi transmitido pelo Facebook do Grupo Tribuna
Este foi o sexto encontro do ano e foi transmitido pelo Facebook do Grupo Tribuna   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Em tempos de pandemia, artistas foram impelidos a buscar o conceito do novo normal antes de outras categorias, para que a Cultura pudesse chegar ao público que estava dentro de casa. Agora, muitos deles repensam como deve acontecer a retomada das atividades que dependem, em muitos casos, de uma plateia lotada. 


Esse foi o tema discutido nesta segunda-feira (27), na edição do fórum A Região em Pauta, que reuniu, virtualmente, o músico Supla, o produtor executivo e músico da banda Teatro Mágico Gustavo Anitelli e os atores Marcelo Serrado e Suzana Pires, ambos do elenco da novela Fina Estampa, da Rede Globo, que vem sendo reprisada desde o início da pandemia. Este foi o sexto encontro do ano e foi transmitido pelo Facebook do Grupo Tribuna.


A REGIÃO EM PAUTA - Marcelo Serrado, Suzana Pires, Supla e Gustavo Anitelli - 27/07/2020

A REGIÃO EM PAUTA 🎨 O papo de hoje é sobre o rumo da cultura com Marcelo Serrado, Suzana Pires, Supla e Gustavo Anitelli. Participe nos comentários!

Publicado por Grupo Tribuna em Segunda-feira, 27 de julho de 2020

As lives, transmissões ao vivo por redes sociais, foram o primeiro caminho que surgiu para este segmento chegar ao público, mas, apesar disso, não é vista como uma possibilidade a se seguir.


O Teatro Mágico, por exemplo, optou por um outro formato, que Anitelli chama de Experiência, onde um grupo pequeno entra numa sala virtual e constrói uma interação com Fernando Anitelli (irmão de Gustavo e vocalista da banda). “Mais do que ouvir em uma live, as pessoas tinham a demanda de se relacionar, de dizer. E isso se tornou uma experiência rica”, explica o produtor, que compara o processo à musicoterapia entre público e o artista.


“A live não salva a vida de qualquer artista, exceto Gusttavo Lima e Ivete. Não é um modelo de negócio no Brasil. As doações são importantes para as equipes que acompanham o artista, mas não é o que salva o mercado”, diz Anitelli, que complementa: “A internet tem uma série de formatos de financiamento, vários modelos. O que muda (depois do período de pandemia) é que os artistas vão olhar mais para a carreira digital”.


Supla afirma que não gosta muito de lives. O cantor prefere a relação direta com seu público, mas tem feito algumas apresentações no formato e também tem sido contratado por empresas para shows virtuais.


Além de lives, o músico começou a fazer entrevistas em seu canal no YouTube e conseguiu um patrocinador para tal. “Faço de casa, com distanciamento. Cada um arruma uma forma de arrecadar”, conta. O programa vai ao ar às quartas-feiras, às 22 horas. Nesta semana, o entrevistado é o cantor Erasmo Carlos.


Supla ainda analisa a possibilidade de voltar a fazer shows no formato de drive-in (com o público dentro do carro). “Mas quanto isso é seguro? Ninguém sabe direito”, pondera, ao se mostrar bem preocupado com a prevenção da Covid-19.


Teatro e cinema


O ator Marcelo Serrado foi surpreendido pela força das apresentações teatrais ao vivo. “É uma coisa muito diferente. Eu fiz uma live num teatro, com três câmeras, para quase 50 mil pessoas. Nunca fiz uma peça para tanta gente”, conta ele. Agora, ele apresenta o monólogo Os Vilões de Shakespeare, pela ferramenta Zoom, para cerca de 200 pessoas por sessão. “As pessoas vão voltar aos poucos, com uma volúpia muito grande, com vontade de consumir”, aposta Serrado.


Suzana foi pega pelo distanciamento social no momento em que se preparava para o lançamento do filme De Perto ela não é Normal. Mas ela ainda não se sente segura para uma exibição do jeito como acontecia antes da pandemia. “As regras estão sendo flexibilizadas, mas o vírus não. Precisamos descobrir novos caminhos. Não quero colocar meu público em risco”, diz ela, que acredita que uma sala de cinema cheia só será possível depois da criação da vacina.


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