Santos marca para o dia 30 análise das contas de 2019; recomendação é por reprovação

Votação será por meio de videoconferência, como ocorreu na reunião da última terça-feira

Por: Bruno Lima  -  19/06/20  -  12:05
  Foto: Ivan Storti/Santos FC

Dois dias depois da votação virtual que rejeitou o afastamento do Comitê de Gestão e o impeachment do presidente José Carlos Peres e o vice Orlando Rollo, por causa da reprovação das contas de 2018 e de outros temas que teriam lesado a saúde financeira do Santos,  o Conselho Deliberativo marca para o próximo dia 30, às 19 horas, a reunião que irá analisar as contas de 2019.

Assim como ocorreu na terça-feira (16), a votação será feita por meio de videoconferência.

A recomendação do Conselho Fiscal, em seu parecer enviado aos conselheiros do clube, é para a reprovação das finanças por uma série de ações consideradas irregulares, em que pese o superavit de R$ 24 milhões. 

Dentre essas ações estão o descompromisso no pagamento de dívida; uso de cartão corporativos para compras em possível desacordo com as atividades do clube; aumento da folha de pagamento e pagamento teoricamente oculto de comissão a  empresário na venda de Bruno Henrique ao Flamengo.

“O atleta foi vendido ao Flamengo por R$ 23 milhões. No contrato de transferência, não há menção ao pagamento de intermediário por ambos os clubes. Ocorre que, no balanço do clube carioca, existe menção ao pagamento, por parte do Flamengo, de R$ 1,6 milhão para a empresa Yesport Marketing Esportivo Ltda., cujo  administrador é Rodrigo Caruso Duprat”, diz o parecer do Conselho Fiscal sobre as contas de 2019. 

“Quantas pessoas físicas ou jurídicas participaram direta ou indiretamente das tratativas entre Santos e Flamengo para a transferência do jogador? Cópia de eventuais propostas apresentadas por outros clubes interessados? Cópia de toda a correspondência, e-mail ou qualquer outro tipo de mensagem eletrônica trocada entre clubes, empresas e pessoas participantes? Esses questionamentos, aparentemente simples de serem respondidos, e que definitivamente encerrariam inúmeras ilações sobre a participação de empresários, não foram respondidos”, continuou a CF. 

Outro ponto alertado pelo parecer é em relação ao não pagamento da parcela vencida em setembro do ano passado do acordo firmado com a Doyen, no valor de 5 milhões de euros (R$ 23,5 milhões), conforme balanço final de 2018. 

“Com a inadimplência, foi cobrada pela Doyen a multa arbitrada em 10 milhões de euros. O clube recorreu a um parecer jurídico sobre a execução da multa, pois houve discordância desse valor, mesmo que arbitrada, dizendo ser possível sua redução para 25% do valor exigido. Se valendo deste recurso, a administração transferiu todo e qualquer valor da dívida para a rubrica Provisão Contingências Cíveis, reduzindo assim o endividamento deste exercício”, acrescenta o relatório.


Tudo sobre:
Logo A Tribuna
Newsletter