Santos faz pente-fino nas categorias de base e evita perda de dezenas de promessas

Análise feita pelo clube constatou que 90% dos garotos de 14 a 16 anos não tinham contrato de formação

Por: Bruno Lima  -  26/01/20  -  10:05
Diante do diagnóstico, Santos firmou dezenas de contratos de formação com jovens atletas
Diante do diagnóstico, Santos firmou dezenas de contratos de formação com jovens atletas   Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC

Para colocar fim às novelas de renovações e evitar a perda de jovens jogadores para outros clubes, o Santos analisou, nos últimos meses, os vínculos de todos os atletas das categorias de base e se viu obrigado a firmar dezenas de contratos de formação com garotos de 14 a 16 anos.

Conforme informações obtidas por ATribuna.com.br, 90% dos atletas nessa faixa-etária não tinham vínculo assinado. Durante a reavaliação dos acordos, constatou-se que a maioria dos meninos tinha apenas o registro desportivo, firmado antes dos 14 anos e que não dá nenhum direito ao clube em relação ao futuro desses jovens.

Na prática, sem esse contrato de formação, o Santos estava preparando e tendo despesas com os futuros jogadores, mas correndo grande risco de perdê-los de graça, caso outro clube apresentasse uma proposta que agradasse o atleta, os familiares e o empresário. E tal descuido fez o Peixe perder dois meninos para times brasileiros.

Após o diagnóstico, o Departamento de Futebol de Base, coordenado por Jorge Andrade, decretou que mais nenhum garoto de 14 anos no Santos ficará sem contrato de formação.

Além de colocar fim ao risco de perder as principais promessas com facilidade, o Santos passa a não sofrer mais com as renovações contratuais, pois os vínculos de formação dão ao clube o direito de firmar com eles o primeiro contrato profissional.

Assim, imbróglios semelhantes aos que ocorreram com Kaio Jorge, Tailson e Sandry, no ano passado, para a prorrogação dos vínculos, não voltarão a ocorrer. E até episódios como o do zagueiro Robson Bambu, que, formado no Santos, saiu de graça para o Athletico-PR, serão evitados.

Teto salarial

Outra mudança realizada pelo Departamento de Futebol de Base foi na questão salarial. O clube estipulou um teto para cada categoria e com isso evitará uma disparidade nos vencimentos de jovens da mesma idade.

A partir disso, o Santos só oferece aumento aos meninos que atingirem metas pré-definidas. Apenas aqueles que ultrapassarem os limites técnicos estipulados pelo clube terão tratamento diferenciado em termos econômicos.

Acordo de cavalheiros

Antes dos 14 anos, somente com o registro desportivo assinado, o Santos e os demais clubes do Brasil estão seguros. Um acordo de cavalheiros entre os maiores times de País impede o assédio a garotos que ainda não possuem contrato de formação, pelo menos em âmbito nacional.

Entretanto, o clube que não firma vínculo de formação com os seus jovens, assim que eles completam 14 anos, fica desprotegido.


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