O Santos divulgou na noite desta quinta-feira (11) o balanço financeiro do primeiro trimestre de 2020. Segundo o documento, o clube teve superavit de R$ 16.161,02 milhões no período. O resultado, contudo, ficou abaixo dos R$ 17.649,83 que haviam sido programados, representando uma diferença de apenas 8%.
Ainda conforme o demonstrativo, entre janeiro e março o Peixe teve um aumento de renda de 43,7% em relação às mensalidades de sócios e de 38,2% aos patrocinadores.
De acordo com o orçamento para o trimestre, a expectativa era arrecadar R$ 2.586,00 com os sócios. A arrecadação, no entanto, foi de R$ 3.716,83. No que diz respeito aos patrocínios, o planejamento pedia a entrada de R$ 3.552,01 nos cofres do clube. Entretanto, ao todo o Santos recebeu R$ 4.910,64.
Em matéria de gastos, a diretoria alvinegra foi 51% além do que estava orçado com folha de pagamento, direitos de imagem e gratificações. De acordo com o previsto, a recomendação era uma despesa de R$ 16.889,13 com essas obrigações. No entanto, os gastos foram de R$ 30.466,92.
Como justificativa, o Comitê de Gestão (CG) explicou que o orçamento proposto pelo órgão foi reformado pelo Conselho Fiscal (CF) e aprovado pelo Conselho Deliberativo (CD) com redução de tais despesas em mais de R$ 62 milhões para o ano.
“Se comparada com a peça orçamentária apresentada pelo CG, o trimestre fecharia com os custos operacionais em 5% abaixo da proposta, dentro da realidade dos salários constantes nos contratos de trabalho vigentes”, argumentou o CG no documento.
“A proposta previa um total anualizado de R$ 186,6 milhões, contra R$ 235,4 milhões do ano anterior, representando redução de R$ 48,8 milhões (21%). Esta proposta já era considerada pela gestão e pela superintendência do futebol um grande desafio, tendo em vista as características e a regulamentação dos contratos de trabalho dos atletas profissionais. O CF em seu parecer recomendou ao CD uma emenda substitutiva, elevando a redução em mais R$ 62 milhões, totalizando R$ 110 milhões (47%) de redução em relação ao realizado do ano anterior, sem contudo indicar em qual rubrica e de que forma seria realizado o 'milagre'. Sabe-se que uma redução de tal monta somente caberia na rubrica da folha de pagamentos do futebol profissional, entretanto não foi apresentado pelo CF qual seria a forma de realizar esta redução, tendo em vista os contratos vigentes com os atletas”, prosseguiu o CG em sua justificativa.
O órgão aproveitou a distância entre aquilo que foi orçado e o que foi gasto para pedir, diante da crise econômica que atingiu o mundo em razão da pandemia do novo coronavírus, uma revisão no orçamento destinado a essas três obrigações do clube.
“Soma-se ao fato do clube já contar neste momento com um orçamento inexequível, situação agravada pelos efeitos da atual pandemia, com profundos reflexos em todas as atividades econômicas do Brasil e do mundo, tornando imprescindível a revisão e elaboração de um novo orçamento para o ano de 2020. O CG conclama desde já aos conselheiros para que as discussões em torno desta revisão sejam pautadas pela exequibilidade. Não podemos confundir o desejável com o realizável”.