Rivellino dá parabéns a Pelé pelos 79 anos e relembra humildade do Rei

O ex-jogador também parabenizou Sampaoli: "Trouxe outra mentalidade e outra filosofia de jogo para o Brasil"

Por: Bruno Lima  -  23/10/19  -  13:38
  Foto: Arquivo/A Tribuna

Nesta quarta-feira (23), dia em que o Rei Pelé completa 79 anos, Roberto Rivellino, um dos seus parceiros de Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970, em entrevista para A Tribuna, desejou feliz aniversário ao maior jogador de todos os tempos e relembrou do legado que o eterno camisa 10 do Santos deixou para o futebol mundial.

Fã incondicional de Pelé, Rivellino relembra que, no Mundial disputado no México, uma das coisas que mais o impressionaram foi a humildade do astro daquela Seleção, considerada a melhor da história.

“Em 1970, o que ele transmitia de confiança e energia positiva eu nunca vi. O cara já era bicampeão do mundo, mas para conquistar outro título ele pedia ajuda para a gente. Na verdade, éramos nós que tínhamos que pedir a ajuda dele. Ele falava para mim: 'Garoto, você não sabe o que é ser campeão do mundo'. E dizia que queria sentir aquilo novamente. Sempre foi uma pessoa incrível. Um profissional exemplar. Era sempre o primeiro da fila e nunca o vi reclamar de nada. Nunca vi pedir nenhum tratamento especial por ser quem era”, conta Rivellino.

“Tenho um carinho e um respeito muito grande pelo Pelé e desejo muita paz e saúde a ele. Sei que ele não atravessa um bom momento de saúde, mas tenho certeza que Deus vai rever esse quadro”, acrescentou.

Se na Seleção Brasileira Pelé fazia Rivellino sorrir, nos clássicos entre Santos e Corinthians, o maior jogador de todos tempos levava o Reizinho do Parque ao desespero. E por muitas vezes.

“Sofri muito no Corinthians. Parecia que ele tinha prazer em jogar contra o Corinthians. Não sei se a massa corintiana que mexia com ele, mas ele virava o capeta. Uma vez, empatamos um jogo contra o Santos entre 3 a 3 ou 4 a 4, não lembro bem. Ele fez todos os gols e ainda cavou um pênalti em cima de mim. Eu era moleque, franzino, e ele já era preparado. Veio para cima de mim feito um touro e o juiz acabou entendendo que fiz falta”, recorda Rivellino com bom humor.

Tudo o que viu Pelé fazer em campo dá a Rivellino a certeza de que compará-lo com qualquer outro jogador é brincadeira. “Não existe comparação. Os números falam por si. Ele foi campeão do Mundo com 17 anos e marcou 1.281 gols. Não tem condições de comparar. Eu, particularmente, acho que não dá pra comparar. No máximo, sendo muito bondoso, pode surgir alguém igual a ele. Melhor jamais. Dos que temos atualmente, se juntar Messi e Cristiano Ronaldo não dá um Pelé, nem chegam próximo”, opina.

Elogios a Sampaoli

Rivellino não parabeniza apenas o Rei Pelé. Atento a tudo que acontece no futebol brasileiro, ele afirma que está muito feliz com o trabalho que Jorge Sampaoli vem fazendo no comando técnico do Santos e diz estar torcendo para o Peixe terminar nas primeiras posições do Campeonato Brasileiro. 

“Tenho acompanhado e estou muito agradecido, porque o Sampaoli trouxe outra mentalidade, outra filosofia de jogo e tem feito os treinadores brasileiros repensarem a maneira de jogar. Vi a partida contra o Atlético-MG e o Santos realmente não fez um bom jogo. Não conseguiu impor a intensidade, não apresentou o futebol que está acostumado. Mas é preciso entender que o Sampaoli tem um plantel limitado e, se o Santos está onde está, deve ao trabalho dele. Estou torcendo para que consiga terminar entre os quatro primeiros”, concluiu.


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