Passados 17 anos, o Santos volta a enfrentar o Boca Juniors em um duelo decisivo pela Libertadores. O Peixe encara o time argentino nesta quarta-feira (6), em La Bombonera, e tem a partida de volta na quarta seguinte (13), na Vila Belmiro. Ídolo alvinegro e titular na final de 2003, o ex-volante Renato acredita que o elenco atual chega com mais experiência do que naquela ocasião.
Hoje coordenador técnico do Santos, Renato esteve presente nas duas partidas da final de 2003, ao lado de nomes como Robinho, Diego, Ricardo Oliveira e Léo, além do treinador Émerson Leão. Pelo lado do Boca Juniors, um time com Carlitos Tevez, Marcelo Delgado, Rolando Schiavi e o técnico até então tricampeão da Libertadores, Carlos Bianchi. Os argentinos venceram os dois jogos, por 2 a 0 e 3 a 1, ficando com o título.
Em entrevista para ATribuna.com.br, Renato disse que vê o elenco comandado por Cuca com mais bagagem para enfrentar o Boca do que o time de 2003, então campeão nacional. Ele destacou que espera um grande resultado do Santos em Buenos Aires para confirmar a classificação na Vila Belmiro.
Passados 17 anos daquela final, o que espera de Santos x Boca Juniors na semifinal da Libertadores?
“Uma semifinal entre Santos e Boca é praticamente um clássico da América Latina. Já decidiu Libertadores. É um jogo difícil, complicado. A gente espera que o Santos possa fazer uma grande partida, principalmente na Argentina, pra depois na volta, em casa, conseguir passar pra final. ”
Para você, quais as diferenças entre aquele Santos de 2003 e o time atual?
“A gente chegou naquela final com alguns desfalques. Tivemos o Ricardo (Oliveira) voltando de lesão, mas era um grupo jovem também, muitos disputavam a primeira Libertadores na carreira. No decorrer da Libertadores, pegou corpo e soube jogar. A mescla dos jogadores novos com mais experientes foi valiosa, tanto que nós conseguimos chegar na final. A equipe de hoje também tem jogadores jovens, já tem mais jogadores experientes, com bagagem em Libertadores. É uma equipe parecida com a nossa lá em 2003, mas acredito que com mais rodagem em relação ao elenco. Hoje, os jogadores têm uma bagagem maior do que a gente teve lá atrás. ”
Acha que a falta de torcida pode influenciar para algum lado? Sabendo que La Bombonera e Vila Belmiro são dois 'caldeirões'
“La Bombonera a gente nem precisa falar muito da força que tem o torcedor argentino lá. O Boca é muito forte com seu torcedor. Não é uma vantagem pro Santos. A gente sabe que vai jogar fora de casa, mas jogando também na Vila, o Santos tem a força do torcedor. Eu sempre falo que, em 2002 e 2003, o torcedor fez parte de tudo aquilo que a gente viveu. As duas equipes acabam perdendo. A gente sabe que os dois têm uma pressão muito grande. Acredito que será 50% para cada lado em relação aos torcedores. Os dois perdem muito. ”
Qual a sua expectativa para o ano de 2021 no Santos?
“A expectativa é grande. A gente sempre torce pra quando entra um novo ano, as coisas melhorarem. Que o Santos possa chegar nos seus objetivos, que são as conquistas e sempre estar brigando por títulos. Com a grandeza do Santos, não tem outro pensamento. Com uma nova gestão, mantendo esse grupo de jogadores. A gente sabe que uma espinha dorsal no grupo é importante para dar continuidade no planejamento. As vezes a gente vê muita reformulação, com vários jogadores, e isso leva um tempo para trazer o entrosamento dentro de campo. No Brasil, esse entrosamento tem que ser pra ontem. Como torcedor santista, espero que o Santos consiga seus objetivos em 2021. ”
Como está sendo para você o início da carreira fora das quatro linhas? Tem interesse em ser treinador futuramente?
“A vida fora das quatro linhas é um aprendizado. Passei 23 anos dentro das quatro linhas. Agora é procurar passar experiência para os mais jovens. Tive a possibilidade de também aprender com os mais velhos. No dia a dia, aprendendo principalmente o lado administrativo do clube. Em relação a ser treinador, acho que não. Nunca tive esse interesse. Sempre me perguntam, mas eu realmente quero trabalhar mais do lado administrativo do clube, e procurar a ajudar principalmente os garotos. É uma forma que quero para retribuir tudo aquilo que tive na minha carreira. ”