Peres bate de frente com Sampaoli e não libera comissão técnica no Santos

Caso queiram sair, os auxiliares, mesmo em regime de CLT, terão que pagar uma indenização ao clube

Por: Bruno Lima  -  11/12/19  -  20:21
Jorge Desio, Pablo Fernandez e Jorge Sampaoli chegaram ao Santos em janeiro deste ano
Jorge Desio, Pablo Fernandez e Jorge Sampaoli chegaram ao Santos em janeiro deste ano   Foto: Ivan Storti/Santos FC

O casamento entre o técnico Jorge Sampaoli e o Santos terminou na noite desta terça-feira (10). E como muitos casamentos, os momentos de alegria ficaram para trás e as partes já iniciaram a troca de acusações, que deve terminar na Justiça. Além de não abrir mão da multa rescisória do técnico, que gira entre R$ 6 milhões e R$ 7 milhões, o Santos não irá liberar os membros da comissão técnica sem ressarcimento.


De acordo com o apurado por A Tribuna On-line, caso os irmãos Carlos e Jorge Desio, mais Pablo e Marcos Fernandez, todos trazidos por Sampaoli, decidam ir embora, o Santos irá exigir indenização por rompimento de contrato de trabalho com vínculo por prazo determinado.


Os quatro profissionais estão registrados no clube como funcionários no regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e têm contrato até dezembro de 2020. E, segundo o artigo 480 da CLT, "na hipótese de ruptura pelo empregado de contrato por prazo determinado, o empregador poderá exigir reparação dos prejuízos decorrentes de tal. A indenização, no entanto, será limitada a metade dos salários devidos até o prazo final estipulado para o contrato".

Ou seja, metade dos salários de cada um deles até o final do próximo ano.


Carlos, Jorge, Pablo e Marcos não procuraram a diretoria do Santos para pedir demissão. O desligamento deles do clube teria sido uma exigência feita por Sampaoli ao presidente José Carlos Peres, durante a reunião de segunda-feira (9), no CT Rei Pelé, em que o treinador, na mira do Palmeiras, teria comunicado ao mandatário que não seguiria para a próxima temporada.


A negativa para a liberação dos membros da comissão técnica por parte do presidente do Santos, aliás, teria exaltado os ânimos na reunião. Ao ser informado por Peres que não haveria a liberação, pois todos são funcionários do clube e recebem seus vencimentos sem qualquer relação com o contrato do treinador, Sampaoli teria levantado o tom de voz contra o mandatário.


Com exceção de Sampaoli, todos os demais seguirão recebendo salários mensais do Santos.


Multa de Sampaoli


Enquanto o Santos afirma que o treinador pediu demissão e entregou o caso aos departamentos Jurídico e de Recursos Humanos do clube, o treinador, que passa férias no Rio de Janeiro, nega ter feito esse pedido.


Conforme as informações obtidas pela Reportagem, a multa contratual do treinador para deixar o Santos teve validade até a última segunda-feira, dia 9 de dezembro. Por entender que o técnico comunicou que não seguiria no Santos no último dia de validade da multa, o clube quer que o treinador arque com o valor estipulado no acordo firmado.


Sampaoli, por sua vez, nega que tenha pedido demissão na segunda-feira. E a seu favor, não existe nenhum documento assinado pelas partes em que consta o seu pedido de desligamento.


Em todo caso, o Santos promete ir até as últimas esferas jurídicas para receber o valor da multa rescisória estipulada no contrato do treinador.


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