Parceria entre Santos e Bolívia prepara jovens para Copa de 2022

Três jovens bolivianos defenderam o Peixe na Copinha Sub-14

Por: Bruno Lima  -  30/12/18  -  19:45
Atualizado em 13/10/22 - 15:00
Miguel Acuña é um dos garotos bolivianos da base do Santos
Miguel Acuña é um dos garotos bolivianos da base do Santos   Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/SantosFC

Um projeto social com crianças de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, criado por um empresário espanhol, chegou à Vila Belmiro. Foi por meio dessa iniciativa chamada de Bolívia 2022 que Cristian, Enzo e Miguel Acuña, todos de 14 anos, defenderam o Santos na Copinha Sub-14, disputada entre os dias 13 e 21 de dezembro.


Os meninos vieram ao Brasil para um intercâmbio e retornaram ao país de origem ao término da competição. Porém, eles não terão tempo de sentir saudades. Em fevereiro estarão de volta e por aqui ficarão por mais alguns meses.


A intenção é fazer com que o processo de idas e vindas se repita até os garotos completarem 18 anos e serem contratados em definitivo pelo Peixe – a Fifa não permite transferências internacionais de jogadores antes da maioridade.


Em comum, eles têm o mesmo sonho: tornarem-se jogadores profissionais do clube. Esse sonho tem ficado mais próximo de se tornar realidade graças à ajuda do empresário Jorge Chaparro José, que tem negócios em Santa Cruz de La Sierra desde 2002.


Dono de shoppings e hotéis na cidade boliviana, o espanhol ficou impressionado com o amor do povo local pelo futebol e, em 2015, decidiu fundar o Bolívia 2022 para retribuir todo o carinho que recebe no país onde construiu parte da sua fortuna.


O nome do projeto não é por acaso. A ideia de Chaparro é dar toda a infraestrutura possível para que os meninos se desenvolvam até chegarem a grandes times e, consequentemente, façam a Bolívia disputar a Copa de 2022, no Catar. Os primeiros passos para isso já estão sendo dados. A atual equipe sub-17 do País tem seis atletas do projeto.


Chegar a um grande time, Cristian (zagueiro), Enzo (atacante) e Miguel Acuña (meia) conseguiram. No segundo semestre deste ano, o time sub-15 do Bolívia 2022 veio ao Brasil para jogar dez amistosos. Dentre eles, um duelo contra o Santos.


Ao fim do jogo, o coordenador das categorias de base do Peixe, Marco Antonio Maturana, foi falar com Chaparro. A única exigência do espanhol era conhecer a estrutura do clube.


“Saber que os meninos teriam amparo era a maior preocupação do dono do projeto. Aliás, a única, pois ele não quer negociar nenhum deles. Apenas encaminhá-los”, disse o coordenador da base.


Suprir a ausência da FBF


O brasileiro Paulo Roberto, um dos apoiadores do projeto de Chaparro, explica que a ideia do empresário é suprir a ausência da Federação Boliviana de Futebol (FBF) nas categorias de base. “Ele quer dar a oportunidade para que as crianças possam viajar pela Bolívia e pelo exterior para jogar futebol. Se preocupa também com a alimentação desses meninos. A FBF é muito fraca nas categorias de base”, revela.


Roberto cita que Chaparro nunca foi um apreciador de futebol na Espanha. Porém, o fanatismo do filho de 13 anos pelo esporte contribuiu para que o empresário olhasse com mais carinho para a modalidade.


“Como ele (Chaparro) mora em Miami, nos Estados Unidos, o filho dele joga em time americano. E a partir do momento em que o menino começou a demonstrar gosto por futebol, ele passou a se interessar mais. Foi a partir disso que veio a ideia de criar o Bolívia 2022”, comenta.


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