Má fase do Santos no Brasileirão expõe fragilidade defensiva

O desastroso empate contra o Fortaleza, domingo, na Vila Belmiro, consolidou o pior momento do Santos no Campeonato Brasileiro e escancarou a fragilidade defensiva da equipe nas três últimas rodadas da competição. Com apenas um ponto conquistado em nove disputados, o Alvinegro sofreu 8 gols nos três jogos, perdendo a liderança para o Flamengo. 

O número de gols sofridos nas derrotas para São Paulo (3 x 2) e Cruzeiro (2 x 0) e no empate contra o Fortaleza (3 x 3) é quase igual ao que o time havia levado nas trezes rodadas anteriores do Brasileirão, quando a defesa havia sido vazada nove vezes. 

Na série de oito jogos de invencibilidade do time, da 6ª à 13ª rodadas, com um empate e sete vitórias, o Santos ficou três jogos sem sofrer gols, nos triunfos sobre Corinthians (1 x 0), na Vila, e contra Bahia e Botafogo, ambos fora de casa, também por 1 a 0. 

Após a 10ª rodada, o Santos tinha a quarta melhor defesa, com sete gols sofridos. Depois da 16ª rodada, porém, o setor defensivo santista é o 11º que mais sofreu gols no Brasileirão, ao lado de Atlético-MG e Athletico-PR. 

Curiosamente, o Flamengo, novo líder do campeonato, com a mesma pontuação do Santos, 33, mas melhor saldo de gols (17 contra 11), levou um gol a mais: 18. 

Se os números não mentem e apontam para falhas coletivas de marcação, o zagueiro Felipe Aguilar é o retrato fiel da instabilidade defensiva do time de Jorge Sampaoli. O colombiano, que no Paulistão já havia tido uma péssima atuação na goleada sofrida para o Ituano, cometeu falhas grosseiras em dois dos últimos três jogos do time. 

“Erros pontuais” 

Coincidentemente, contra o São Paulo e o Fortaleza, Felipe Aguilar cometeu um pênalti em cada partida (ambos convertidos) e desabou sozinho em lances que originaram gols dos adversários. Apesar do desempenho abaixo da média, o treinador defendeu o zagueiro em entrevista coletiva após o empate na Vila Belmiro.

“Aguilar fez um jogo muito bom, mas teve erros pontuais que interferiram no resultado. Isso desfigura um pouco a atuação. Confio muito nele. Ele está no último terço e erros aparecem mais, ainda mais quando se convertem em gols. Temos que levantar quem não vive o melhor momento”, disse Sampaoli, que pediu a contratação do colombiano no início do ano.

A dúvida que fica na declaração do treinador é se ele tentará recuperar o moral de Aguilar escalando-o no jogo de sábado, às 19 horas, na Arena Condá, contra a Chapecoense, pela 17ª rodada do Brasileiro, ou se deixará o colombiano na reserva para poupá-lo de mais críticas.

Gustavo Henrique, que cumpriu suspensão contra o Fortaleza, após a expulsão diante do Cruzeiro, pode reaparecer no lugar de Aguilar. 

Gancho

Em Chapecó, o Santos não terá o lateral-esquerdo Jorge e o atacante Marinho, que receberam o terceiro cartão amarelo contra o Fortaleza. Felipe Jonatan e Derlis González, respectivamente, são os mais cotados para ocuparem as vagas.