Jesualdo diz que defende aumento do número de substituições no futebol antes da Fifa

Treinador do Santos apresentou outras sugestões para a continuidade do Campeonato Paulista

Por: Bruno Lima  -  12/05/20  -  00:28
Jesualdo está feliz com os garotos que têm colocado no time
Jesualdo está feliz com os garotos que têm colocado no time   Foto: Ivan Storti/Santos FC

Pertencente ao grupo de risco da pandemia do novo coronavírus por conta da idade - 73 anos -, o técnico do Santos, Jesualdo Ferreira, está preocupado com o retorno do futebol no Brasil após o período de quarentena. Em sua coluna dominical no jornal português O Jogo, o treinador  revelou que propôs ideias a outros treinadores do Campeonato Paulista, por meio de um grupo de WhatsApp, para que todos os envolvidos com a competição estejam seguros. 

Ao todo, Jesualdo sugeriu quatro novidades para a sequência do Estadual. Dentre elas, as cinco substituições de jogadores durante os jogos, ao invés de três, como proposto recentemente pela Fifa, mais a do goleiro. 
As ideias do português se dividem nos seguintes tópicos: segurança, treino e trabalho em campo, competição e ajuda à competição.

"1 – Segurança: exames e controle semanal de todos os participantes. 2 – Treino e o trabalho de campo: tempo para treinar suficientemente para rendimento e prevenção de lesões. 3 – A competição: calendário do Paulistão e relacionamento com as restantes competições para que haja harmonia e sequência no trabalho dos jogadores. 4 – Ajuda à competição: permitir aumentar para cinco, mais o goleiro, o número de substituições, garantindo a maior participação de jogadores e permitir assim melhores recuperações entre jogos, que vão ser muito curtas", escreveu o técnico alvinegro. 

Segundo Jesualdo, a ideia dos técnicos é encaminhar essas alternativas à Federação Paulista de Futebol (FPF) antes do retorno das partidas.

"Essas foram minhas contribuições compartilhadas com os treinadores do Paulistão, ideias que seriam para apresentar à Federação antes da volta aos trabalhos. Infelizmente, essa volta não tem data definida, porque o governador do Estado de São Paulo (João Dória) obrigou o confinamento absoluto, diante da gravidade da pandemia e dos elevados riscos de contágio. Julgo que algumas destas minhas ideias sejam compartilhadas por quem, como na Alemanha ou em Portugal, trabalha para a volta da competição. Concretamente, a questão das cinco substituições já coloquei há algum tempo, ainda não sonhávamos com essa tragédia, até nessas páginas, e que se tornam muito mais assertivas perante um quadro competitivo de alta intensidade”, escreveu o português.

O técnico do Santos ainda ressaltou que o aumento no número de substituições será essencial para dar melhor capacidade de rendimento aos jogadores e, consequentemente, mais qualidade aos confrontos.

"Dar a possibilidade aos treinadores de colocarem mais jogadores em ação ajuda na recuperação entre jogos, dá maior capacidade de rendimento aos jogadores, e dá mais ritmo aos próprios jogos, que é isso que se quer num jogo de futebol. Neste momento, continuamos na expectativa em saber quando vai regressar a competição no Brasil, mas creio que as ideias que apresentei no grupo de treinadores do Paulistão terão de ser sempre no mínimo discutidas e preferencialmente observadas, a bem de todos, a bem da competição, do futebol e dos profissionais. Sim, concordo em absoluto com o aumento do número de substituições", acrescentou Jesualdo.

Troca de goleiros?

O português também explicou que a possibilidade de ter uma sexta alteração para o goleiro será importante para que os treinador deem mais oportunidades para aqueles que só atuam em situações específicas.

"Não sei se repararam, mas coloquei nas minhas ideias a substituição de cinco jogadores mais o goleiro. E por quê?Normalmente, só quando o titular se lesiona ou em qualquer jogo de Copas é que há a mudança no gol. Um treinador poder substituir o goleiro quando entender, vai possibilitar dar mais tempo de jogo a quem normalmente só joga por uma qualquer circunstância. Também não é uma ideia de hoje e sei que alguns treinadores concordam comigo, porque já abordei essa questão nos fóruns da Uefa quando treinava o Porto", concluiu.


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