'Fiquei paralisado olhando para o celular com a proposta do Santos', revela Everson

Titular no duelo desta quinta-feira (6), contra o Atlético-MG, pela Copa do Brasil, o goleiro fala sobre a carreira

Por: Bruno Lima & Da Redação &  -  04/06/19  -  11:03
Everson acredita que as orientações de Jesualdo estavam sendo cada vez mais assimiladas
Everson acredita que as orientações de Jesualdo estavam sendo cada vez mais assimiladas   Foto: Irandy Ribas/A Tribuna

Titular na vitória de domingo contra o Ceará, em Fortaleza, e confirmado para o confronto decisivo desta quinta-feira (6) contra o Atlético-MG, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, o goleiro Everson está realizando um sonho por vestir a camisa do Santos. Em entrevista exclusiva para A Tribuna, o camisa 22 do Peixe revela, entre diversos detalhes da sua carreira, que ficou paralisado ao saber que o técnico Jorge Sampaoli havia pedido a sua contratação.

Por que você escolheu ser goleiro? Atuou em outras posições antes?
Nunca joguei em outras posições. Escolhi ser goleiro por causa do meu pai. Ele era atleta amador e atuava nos times das indústrias de Pindamonhangaba, onde morávamos. Os jogos eram aos domingos e eu ia em todos com ele.

Quais foram os seus passos antes de chegar ao Santos?
Com 13 anos fiz teste no São Paulo e passei. Fiquei lá até os 19. Depois, saí por empréstimo para o Guaratinguetá, em 2009. Em agosto daquele ano pego o passe e permaneço no Guará quatro temporadas. Nesse período trabalhei com o Jaílson, do Palmeiras. Em 2014 fui para o River-PI a pedido do Evair, ex-Palmeiras, que era o treinador. Fomos campeões piauienses e veio convite do Confiança, de Aracaju. Em 2015 fomos campeões estaduais e depois teve um duelo contra o Ceará pela Copa do Brasil. Fomos eliminados, mas fui o melhor nas duas partidas. Na Série C daquele ano enfrentamos o Fortaleza e fui o melhor em campo novamente. Foi aí que o Ceará resolveu apostar.

Quem era o seu ídolo no futebol durante a infância?
Meu ídolo sempre foi meu pai, Paulo Ferreira Pires. Depois, por ter feito a base no São Paulo e tê-lo visto jogar, foi o Rogério Ceni.

O Sampaoli e o Lisca, seu ex-técnico, são muito intensos à beira do campo. Qual a diferença entre eles?
São muito intensos. Vestem a camisa dos clubes em que trabalham. Amam o que fazem. E isso é algo que gosto, pois sou muito intenso também. Além de algumas diferenças de metodologia, não consigo fazer distinção entre eles.

Ficou surpreso ao tomar conhecimento do pedido de Sampaoli?
Estava no cinema, em Fortaleza, e recebi mensagem do meu empresário. Depois do filme, conversamos e ele disse que ia me enviar uma proposta que ia mudar minha carreira. Quando desliguei, recebi o documento. Fiquei paralisado olhando para o celular.

Muito se fala sobre o quanto Sampaoli acrescenta ao futebol brasileiro. Ele é um treinador diferenciado?
Sim, ele é diferenciado, cobra muito. Em termos de estratégia, nos orienta muito por meio de vídeos. Tem vídeos dos nossos acertos e erros. É um cara que está sempre atento a tudo.


Everson chamou a atenção de Sampaoli por saber jogar com os pés
Everson chamou a atenção de Sampaoli por saber jogar com os pés   Foto: Rogério Soares/A Tribuna

Você foi contratado por ter noção de jogo com os pés. Como isso começou?


No futsal sempre foi necessário jogar com os pés. Depois disso, cheguei no São Paulo. E lá você tem que ter um diferencial. Passei, então, a colocar em prática essa facilidade, pois o goleiro titular do time profissional era o Rogério Ceni.

Qual é a diferença entre atuar no Ceará e no Santos?
Um atleta quer ganhar títulos. No Ceará, ganhei dois campeonatos estaduais. Quando você sobe de divisão no Brasileirão, você é cotado a ser rebaixado no ano seguinte. Respeito muito o Ceará, mas eu precisava vir para um grande clube do Sul ou Sudeste, um clube expressivo. Aqui você briga pelo título no Estadual, no Brasileiro e na Copa do Brasil.

Quinta-feira você será titular. O Santos é favorito para o duelo de volta, contra o Galo?
Levamos ligeira vantagem por estar na nossa casa, do lado do nosso torcedor. Conseguimos um bom resultado no estádio Independência (0 a 0), onde é muito difícil de jogar. Mas não somos favoritos.

Tem treinado cobranças de faltas? Já conversou com o Sampaoli sobre a possibilidade?
Sim, mas pouco. Aqui o trabalho é muito pesado. E treinar faltas com a perna pesada não vai render. Tenho focado no trabalho embaixo do gol.O Sampaoli sabe que cobro faltas, mas nunca conversamos sobre isso. Se tiver uma falta perigosa contra o Atlético-MG têm outros jogadores para cobrar. O Sánchez, com quem estou aprendendo muito, o Rodrygo e o Jean Mota também.

Você chegou ao Santos com 28 anos. O que você busca para o futuro?
Meu sonho era chegar em um clube com mais visibilidade e, posteriormente, à Seleção Brasileira. Tenho muito o que aprender, mas também muita lenha para queimar. O Santos pode ser uma grande vitrine para eu alcançar esse objetivo. Também tenho desejo de um dia em jogar fora do País. Mas hoje só penso em cumprir meu contrato e até prorrogá-lo. Quero fazer a minha história aqui como Fábio Costa, Rodolfo Rodrigues, Julio Sérgio e outros.


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