Fernando Silva é o terceiro entrevistado entre os seis candidatos a presidência do Santos

No Santos, ele foi executivo de futebol no início da década passada, na gestão de Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro (Laor).

Por: Da Redação  -  02/12/20  -  11:47
Fernando Silva é o terceiro entrevistado entre os seis candidatos a presidência do Santos
Fernando Silva é o terceiro entrevistado entre os seis candidatos a presidência do Santos   Foto: Divulgação

No próximo dia 12, o Santos vai realizar a eleição que apontará o presidente do triênio 2021-2023. E nesta semana, A Tribuna publica entrevistas com os seis candidatos. Seguindo a ordem alfabética, o primeiro entrevistado foi Andrés Rueda. Depois, Daniel Curi. Hoje, é a vez de Fernando Silva, de 64 anos. Ele é formado em engenharia química, com especialização em administração de empresas, e atualmente comanda uma startup na área de saúde e saneamento. No Santos, foi executivo de futebol no início da década passada, na gestão de Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro (Laor). Silva encabeça a Chapa 1, O Santos Pode Mais, e tem como vice Reinaldo Guerreiro. Além de Fernando Silva, Andrés Rueda e Daniel Curi, disputam a eleição Milton Teixeira Filho, Ricardo Agostinho e Rodrigo Marino.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal, GloboPlay grátis e descontos em dezenas de lojas, restaurantes e serviços!


O que o motivou a disputar a presidência do Santos?


Em 2001, após o fatídico gol do Ricardinho, senti que o Santos vivia um momento crítico, e que se não se modernizasse, poderia deixar a elite do futebol. Na época conheci vários sócios que tiveram a mesma sensação e juntos fundamos o movimento Resgate Santista. Naquele mesmo ano, disputei a eleição e tive 45% dos votos em uma campanha de oposição a Marcelo Teixeira. Ficamos dez anos na oposição e ao vencermos em 2009, com Laor, pusemos em prática nossos conceitos. Foram dois anos de vitórias dentro e fora do campo. Em razão de disputas internas, saí do clube no final de 2011, e o resultado dessa divisão foi a fragmentação política do clube e a sucessão das péssimas gestões de Odílio, Modesto e Peres. A ideia é retomarmos o que não deveria ter sido interrompido. 


Quais são seus planos para administrar o clube e pagar as dívidas?


Existem quatro pilares nesse processo: 1) equilibrar as contas, 2) reestruturar as dívidas, 3) ser eficiente no gasto e 4) crescer receitas. Não é possível gerir o clube contando sempre que venderemos atletas que ajudem a pagar as despesas correntes. É por isso que vemos todos os anos atrasos de salários. Mas gastar apenas o que se arrecada é insuficiente, pois as dívidas são enormes e estão nos sufocando. Precisamos gastar menos e de forma eficiente, para que sobre dinheiro. Sobre as dívidas, temos que promover a reestruturação do passivo, alongando seu perfil e propondo fluxos de pagamento compatíveis. E não podemos ter ilusões: neste momento, a venda de atletas precisa compor parte importante dos recursos que pagarão as dívidas. 


Um dos problemas do Santos é comprar jogadores que não pode pagar. Como lidar com essa questão?


Você só diminui o volume de investimentos em contratações, sem perder a qualidade, com um trabalho de inteligência. Precisamos ter sistemas de dados e estabelecer os processos para que essas informações sejam mais precisas. Não basta ter setor de inteligência dependente e servidor de indicações de empresários. Entramos num círculo vicioso de contratar somente por indicações. 


Quais são seus planos para as categorias de base?


A base hoje tem problemas em todos os pilares: captação, formação e transição. Precisamos reativar a captação de novos atletas. Intensificar o trabalho dos observadores externos com abrangência nacional. Para a transição, infelizmente o clube criou o sub-23 para sabotar a si próprio. Dezenas de contratações embarreiram a subida dos jovens da base. Somos a favor do sub-23 como categoria preferencialmente de transição e excepcionalmente para oportunidades do mercado. É importante salientar que a necessidade de melhoria da nossa estrutura física é senso comum. 


Pretende reformar a Vila? Erguer um novo estádio?


O projeto do retrofit é lindo, votamos a favor, e a W/Torre já aprendeu como se faz. Precisamos avaliar o plano de negócios, e achamos que mais capacidade de público seria importante. A diferença é que vamos protagonizar o processo, não esperar acontecer. 


Como resolver a questão do baixo público nos jogos do Santos na Vila Belmiro?


Nosso time está trabalhando em três cenários. Primeiro: não haver público nos jogos por um bom tempo. Precisaremos ser criativos para compensar algo em torno de R$ 15 milhões que viriam de match-day em 2021, focando em manter o torcedor sempre engajado e na criação de alternativas de receita. Segundo cenário: ter público e a Vila voltando a operar. Estamos trabalhando no que já deveria ter sido feito: mapear a jornada do torcedor. Como ele fica sabendo do jogo? Como ele se locomove? O que ele consome? Preço do ingresso é razoável? Terceiro cenário: ter público mas não ter a Vila, por conta do retrofit. Aqui, a estratégia de mando de jogo é a chave. Se for em outras cidades, vamos executar o projeto Santos na Área. Imagine que vamos mandar o jogo num domingo, na Nova Fonte Luminosa (Araraquara). Na sexta-feira, o Santos desembarca na cidade. Fazemos uma avaliação das categorias de base em parceria com a Prefeitura, ídolos do passado visitando rádios e TVs da região, caminhão-loja para venda de produtos, captação de sócios e evento na embaixada da região. 


Como pretende aumentar o número de sócios-torcedores?


Três tópicos serão fundamentais. Queremos amplificar a voz do sócio. Vamos consultar o sócio para temas relevantes, como a questão do estádio, por exemplo. O Sócio Digital, focado em conteúdos e informações exclusivos, já está sendo feito em alguns clubes, e o Santos tem tudo que é preciso: história, bastidores e a Santos TV. E aperfeiçoar o programa de experiências do Sócio–Rei. 


O Santos é um time grande com receita de time médio. Como resolver?


Fizemos isso em 2010. Saímos de R$ 60 milhões para R$ 200 milhões em dois anos. Precisamos buscar dinheiro novo e duas palavras são muito fortes: inovação e conteúdo. Vamos turbinar a Santos TV e desenvolver séries e conteúdos para grandes plataformas de conteúdo.


Com você, o Santos vai conquistar títulos?


Sou o único candidato que sabe tocar o departamento de Futebol. Os demais vão ter que aprender. Vou ter poucos recursos e vou apostar na base, como fiz em 2010. Portanto, minha resposta é sim. Seremos campeões na minha gestão.


Logo A Tribuna
Newsletter