Uma Vila Belmiro modernizada e apta a receber até 20 mil pessoas em um prazo de dois anos a dois anos e meio. Esse foi o anteprojeto apresentado nesta quinta-feira (11) à noite aos conselheiros do clube por Artur Katchborian, do escritório Biselli Katchborian Arquitetos Associados, de São Paulo. O retrofit do estádio Urbano Caldeira não precisaria desapropriar áreas no entorno da praça esportiva e custaria entre R$ 220 milhões e R$ 237 milhões. A Bolton Holding, dos Emirados Árabes Unidos, tem interesse em firmar uma parceria com o Santos para financiar o projeto.
Na explanação do anteprojeto a cerca de 50 conselheiros que compareceram à reunião, Katchborian detalhou a ideia da nova Vila, que contaria com um boulevard na Rua Princesa Isabel. O maior desafio, segundo o arquiteto, foi adequar o anteprojeto ao formato do terreno. "O estádio, ao longo da vida, foi ganhando ampliações desordenadas. Tudo que vai se propor vai limitar com a geometria do terreno".
Arquibancadas ao estilo de La Bombonera, o estádio do Boca Juniors, foram descartadas por Katchborian, já que a área da Vila Belmiro é menor do que a do campo do time argentino.
Com o retrofit, a estádio santista passaria a ter cinco pavimentos e dois aneis de arquibancada em formato de ferradura. A viabilização do projeto passa por várias mudanças estruturais no estádio, com o fim dos alojamentos para as equipes de base e do time feminino, assim como do ginásio. E também implicaria na mudança do departamento administrativo do clube e do Memorial das Conquistas, que poderiam, segundo o arquiteto, ser transferidos ao prédio do Museu Pelé. A proposta já teria sido discutida com a Prefeitura.
A nova Vila Belmiro teria todos os lugares cobertos e contaria com um restaurante panorâmico, com vista para o campo e para a cidade, além de uma loja com produtos oficiais do clube e praças de alimentação. Duas rampas e 17 conjuntos de elevadores e escadas dariam acesso aos torcedores para os diversos setores do estádio, que não teria, como hoje, pontos cegos.
Primeiro passo
Para o presidente José Carlos Peres, a apresentação do anteprojeto foi o pontapé inicial para a realização de um antigo anseio dos santistas. "O primeiro passo foi fazer um plano diretor, um pré-projeto do retrofit da Vila, pra discutir com o Conselho. Ninguém dá um passo à frente para fazer nada sem a aprovação do Conselho", frisou.
Questionado sobre o financiamento do projeto, Peres lembrou que meses atrás o Grupo Bolton tinha interesse em investir, pois tinha interesse nos naming rights do estádio, mas que ele aguarda a vinda do CEO da Bolton, Roberto Diomedi, ao Brasil para discutir um "plano de negócios". Segundo o presidente santista, o empresário deve vir ao País no final de julho.
Presente à reunião, João Paulo Campos, diretor da Bolton na América Latina, esquivou-se de questionamentos sobre como o Santos pagaria pelo investimento feito pela empresa. "Sobre detalhes relacionados a investimentos, planos, nosso CEO tem algumas sugestões de parceria, mas é um assunto, por ora, sigiloso".
O anteprojeto segue em análise e, assim que for finalizado, será votado no Conselho Deliberativo, que vai definir se a obra será colocada em prática.
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