Elano relembra conquista de 2011 e vê Santos em grande momento para a decisão
Para o ex-meia, agora técnico, a conquista do tri do Peixe na Libertadores tira um pouco da pressão dos comandados de Cuca
Campeão da Libertadores em 2011 e vice em 2003 pelo Santos, o ex-meio-campista Elano sabe bem o que está passa pela cabeça dos jogadores do Peixe às vésperas da decisão continental do próximo sábado, às 17, no estádio do Maracanã, contra o Palmeiras. Em entrevista para A Tribuna, o agora treinador, que está concluindo o curso da CBF para tirar a Licença PRO, revela que a ansiedade sentida pelos torcedores tão perto da decisão também atinge os atletas.
Experiente, com passagens por clubes da Europa e uma Copa do Mundo no currículo, Elano conta que em 2011 esse sentimento rondou o elenco santista, mas não foi capaz de atrapalhar.
“O elenco de 2011 era cascudo, com alguns jogadores que haviam disputado edições anteriores da Libertadores, Liga dos Campeões e até Copa do Mundo. É claro que uma decisão sempre gera um sentimento especial mesmo para os mais experientes, mas posso dizer que na semana da final a gente estava mais focado do que ansioso”, diz o ex-jogador, que além da Libertadores conquistou dois Campeonatos Brasileiros com a camisa alvinegra.
Ainda de acordo com Elano, o título de 2011, conquistado no estádio do Pacaembu sobre o Peñarol, tira um pouco da pressão dos comandados de Cuca.
“Acredito que (tira) sim. O último título da Libertadores havia sido conquistado em 1963, ainda na Era Pelé, e teve a decisão de 2003, em que eu também estava, quando o Boca levou a melhor. Seria mais uma frustração para a torcida do Santos em caso de insucesso. Mas essa 'pressão' teve um lado positivo: fez com que o grupo ficasse mais concentrado. Acabou sendo um combustível a mais”, conta Elano.
Com experiência na Libertadores, afinal foram cinco participações, sendo quatro pelo Santos e uma pelo Grêmio, e atualmente com um olhar de treinador, Elano afirma que o Peixe chega forte na final.
“O elenco atual tem uma média de idade baixa, mas os garotos têm mostrado personalidade. Fico feliz pelo Sandry, que eu lancei no time profissional quando estava na comissão técnica do Santos, e pelo Lucas Braga, que eu levei para disputar o Paulistão do ano passado pela Inter de Limeira. As estrelas são o Marinho e o Soteldo, que fazem uma temporada extraordinária, com muitos gols e assistências. Vale ressaltar o trabalho realizado pelo Cuca, simplesmente espetacular, sabendo extrair o melhor de cada jogador. E a maneira como o time passou pelo Grêmio, nas quartas de final, e pelo Boca, na semi, comprova que o Santos chega forte à decisão”.
Elano, no entanto, não vê favoritismo para nenhum dos lados. Na visão do ex-atleta, o Palmeiras tem a vantagem de contar com um elenco mais variado, enquanto o Santos tem como ponto forte a confiança pela forma como chegou à final.
“Acredito em uma decisão bastante equilibrada. O Palmeiras conta com um elenco fortíssimo, com dois, até três grandes jogadores para cada posição. Já o Santos tem como principal característica o contra-ataque em velocidade, e foi ganhando confiança pela maneira com que foi avançando pelas etapas. Como será uma final em jogo único, sem possibilidade de reverter eventuais falhas, o título ficará com o time que, no sábado, estiver mais inspirado e errar menos”, finalizou ele, que estuda proposta para a temporada 2021.
