Coronavírus: o dia a dia dos ex-santistas na Europa

Danilo, Kaique, Moraes e Maurine revelam como enfrentam, no cotidiano de seus respectivos países, a pandemia que assusta o mundo

Por: Bruno Lima & Da Redação &  -  24/03/20  -  10:57
  Foto: Divulgação/Juventus FC

A pandemia do novo coronavírus paralisou o futebol na maior parte do mundo e traz medo para muitos jogadores que estão longe dos seus países de origem. Nos últimos dias, A Tribuna conversou com ex-atletas do Santos e que atualmente defendem clubes da Europa para saber como tem sido o dia a dia desses profissionais por conta da doença.


Ex-santistas falam sobre o temor pelo coronavírus na Europa


Campeão da Libertadores em 2011 pelo Peixe e hoje na Juventus, da Itália, o lateral-direito Danilo tem visto de perto todo o sofrimento do país que mais registrou mortes em razão da Covid-19. Mais de 6 mil pessoas haviam morrido na Itália até a noite de segunda-feira (23).


"As coisas mudaram muito rápido. Em uma semana estávamos falando sobre a conscientização com a higiene pessoal e na outra estava tudo fechado, com todo mundo em casa, sem trabalhos e as ruas completamente vazias. Tivemos, no início, uma média de 300 mortes por dia. E isso é muito triste. O Brasil tem o privilégio de estar antevendo o que pode acontecer se não tomar os devidos cuidados", diz o jogador, que também defende a Seleção Brasileira e mora na cidade de Turim.


Também na Itália, mas na cidade de Genova, o zagueiro Kaique Rocha, de apenas 19 anos, negociado com a Sampdoria no ano passado, não esconde a sua preocupação com tudo o que está acontecendo no mundo, principalmente por ter companheiros de clube contaminados pelo novo coronavírus.


"Tivemos alguns jogadores confirmados, mas eles melhoraram nos últimos dias. A febre que eles tinham passou. E eu fico com medo. Não tem jeito. Tive contato com eles no clube, mas até agora não apresentei nenhum sintoma. Se Deus quiser não vou contrair o vírus", falou o jovem, que por recomendação dos médicos da Sampdoria não tem saído de casa.


"A verdade é que não sei se Genova está igual Milão (com as ruas vazias e tudo fechado), porque faz mais de uma semana que não saio de casa. Da janela da minha casa não vejo ninguém nas ruas e passam poucos carros. Em Genova, nos noticiários, não se fala de muitos casos ou de mortes por conta do coronavírus", acrescenta o zagueiro.


Kaique Rocha pode assinar um pré-contrato com outro clube a partir do dia 28 de agosto
Kaique Rocha pode assinar um pré-contrato com outro clube a partir do dia 28 de agosto   Foto: Ivan Storti/Santos FC

Em Portugal


Multicampeã pelas Sereias da Vila, a meio-campista Maurine tem enfrentado a pandemia em Portugal, onde joga no Famalicão, time da cidade que fica no norte do país. No entanto, devido ao novo coronavírus e ao fato de as atividades estarem suspensas, ela tem ficado com o noivo, o zagueiro brasileiro Wellington, revelado pelo Palmeiras, que atua no Oliveirense, de São João da Madeira.


Maurine anda tão assustada com a Covid-19 que tem evitado acompanhar os noticiários. "Tudo isso assusta ao mundo inteiro. Na TV, às vezes, ficamos confusos sobre o que é verdade ou não. É tanta informação que preocupa. Não poder sair nas ruas com medo de pegar o vírus é assustador. O melhor é ficar em casa. Não procuro ficar vendo notícia para não ficar só com isso na cabeça. Para não ficar traumatizada ou muito preocupada. Temos que fazer as coisas certas para esperar isso passar o mais rápido possível", conta a jogadora.


Maurine, atualmente no Oliveirense, de Portugal, tem evitado acompanhar os noticiários (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC)


Na Ucrânia


Autor do gol do título paulista do Santos em 2007, Junior Moares, atacante do Shakthar Donetsk, da Ucrânia, fala que o país é um dos que tem menos casos registrados. Por isso, enquanto faz a quarentena ao lado da família dentro da casa, a sua maior preocupação é com as notícias que têm recebido do Brasil e da Itália.


"A Ucrânia, de todos os países da Europa, é um dos que tem o menor índice de contaminação. As pessoas se conscientizaram rápido. O que aconteceu na Itália serviu de exemplo para os outros países. Por termos poucos números de conexões nos aeroportos ajuda no controle do vírus. Vêm muitos turistas para cá, muitas pessoas vão para outros lugares do mundo, mas o fato de não ter conexões ajuda a impedir a proliferação do vírus. Sinceramente, não estou tão assustado com o que tem ocorrido aqui, mas mais com o que vejo no Brasil e na Itália. Estou em orações. Acho que em momentos como esses, todo tipo de ajuda é bem-vinda", comenta Moraes.


Júnior Moraes vive boa fase no futebol europeu
Júnior Moraes vive boa fase no futebol europeu   Foto: Divulgação/Shakhtar Donetsk

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