Em reunião virtual do Conselho Deliberativo (CD) do Santos, realizada na noite desta quinta-feira (3), o Conselho Fiscal (CF) reprovou, pela segunda vez, a venda do zagueiro Lucas Veríssimo ao Benfica, de Portugal, por 6,5 milhões de euros (cerca de R$ 40 milhões) a serem pagos em cinco parcelas anuais. Em contrapartida, o órgão emitiu parecer favorável à negociação do defensor com o Al Nassr, da Arábia Saudita, por U$S 6,5 milhões (R$ 33 milhões) divididos em duas vezes.
Diante do posicionamento do CF, a tratativa com o clube português sequer foi colocada em votação para os membros do CD. Já a oferta saudita foi votada e aprovada. A decisão de deixar o Santos agora está nas mãos do jogador, que, anteriormente, já havia descartado a hipótese de atuar no futebol do mundo árabe.
O parecer negativo do Conselho Fiscal para a proposta do Benfica foi semelhante ao apresentado na segunda semana de novembro. Na ocasião, o órgão entendeu que o negócio poderia comprometer o orçamento de futuras gestões.
Na nova proposta apresentada ao Santos, os portugueses manifestaram o interesse de contar com Veríssimo inicialmente por empréstimo de um ano, mas com a obrigação de compra de 100% dos direitos econômicos ao fim do vínculo provisório, com cinco pagamentos anuais. A primeira parcela seria paga cinco dias após a assinatura do contrato de venda, em janeiro de 2022, e as demais em agosto de 2022, 2023, 2024 e 2025.
Em crise financeira, a diretoria alvinegra firmaria acordo com um fundo de investimentos belga que anteciparia o valor com taxas de 5,2% e 5,5%, mais custas. Desta forma, o Santos teria direito a receber 5,1 milhões de euros (R$ 31 milhões).
Contudo, ainda seria necessário pagar 15% desse valor ao jogador e 10% ao empresário por ter intermediado a negociação. Diante de tudo isso, entrariam 3,8 milhões de euros (R$ 23,7 milhões) nos cofres do clube.
Al Nassr
A proposta do Al Nassr prevê o pagamento da primeira parcela dez dias após a assinatura do contrato de transferência e a segunda até o dia 31 de janeiro de 2021.
Dos R$ 33 milhões sauditas, o Santos também precisaria pagar 15% ao defensor e 10% ao empresário pela intermediação. Em razão disso, caso Veríssimo aceite defender o Al Nassr, o Santos terá direito ao total de R$ 25 milhões.
Chateado
O parecer negativo para a transferência para o Benfica deve desagradar o atleta. Na última terça-feira (1º), o zagueiro, ao tomar conhecimento de forma extraoficial que o CF tinha vetado o negócio, ameaçou não entrar em campo no duelo decisivo das oitavas de final da Libertadores, contra a LDU, na Vila Belmiro.
Para que Veríssimo não se tornasse um desfalque de última hora, foi necessário o presidente Orlando Rollo ir à concentração para conversar com o jogador e os seus representantes.