Conselho do Santos rejeita novo processo de impeachment contra Peres
Votação rejeita parecer que pedia o impedimento do dirigente por supostas infrações à saúde financeira do clube
Em reunião virtual, realizada na noite desta terça-feira (16), por meio de videoconferência, os membros do Conselheiro Deliberativo do Santos votaram, em sua maioria, contra o parecer da Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS), que recomendava o impeachment do presidente José Carlos Peres e do vice-presidente Orlando Rollo por causa da reprovação das contas de 2018 e de outras questões referentes à saúde financeira do clube.
Ao todo, 79 conselheiros votaram contra o parecer da CIS, 75 se abstiveram e apenas cinco a favor.
A diretoria encabeçada por Peres, segundo a CIS, não cumpriu o orçamento, não requereu remanejamento de verba nem complementação orçamentária. Além disso, não teria recolhido R$ 4 milhões em impostos retidos e devidos em 2018.
Peres já havia enfrentado um pedido de impeachment em 2018, mas, na votação dos associados, conseguiu salvar seu mandato, que vai até dezembro deste ano.
Caso o processo de impedimento votado nesta terça-feira avançasse no Conselho, Peres ainda teria a oportunidade de apresentar sua defesa, que seria submetida a nova votação. Em caso de reprovação, uma nova assembleia com os sócios seria realizada para decidir o futuro do dirigente.
Aí, se perdesse mais uma vez, o presidente teria de sair, e uma nova eleição seria convocada. O ganhador ficaria até dezembro, quando acontece o pleito para o triênio 2021-2023.
Apesar de ter escapado do impedimento, José Carlos Peres e sua diretoria têm graves problemas para resolver. As contas de 2019, embora tenham sido superavitárias em R$ 24 milhões, também são motivo de questionamento no legislativo santista.
Além disso, no primeiro trimestre deste ano o clube já teve prejuízo de quase R$ 20 milhões. Fora o fato de que ações de cobrança na Fifa, relativas aos zagueiros Luan Peres, Cleber Reis e Felipe Aguilar, impedem o clube de registrar novos jogadores e, em último caso, podem tirar pontos do time no Campeonato Brasileiro.
Os efeitos da crise econômica provocada pelo novo coronavírus são mais um nó a ser desatado pela diretoria do Santos.
