Conselho do Santos aprova acordo com o Huachipato por Soteldo
Negociação acaba com punição ao time santista na Fifa
Em reunião na noite desta quarta-feira, realizada por meio de videoconferência, o Conselho Deliberativo do Santos aprovou o repasse dos 50% dos direitos econômicos do atacante Soteldo ao Huachipato, do Chile, pelo perdão da dívida de US$ 3,5 milhões (R$ 19,9 milhões na cotação do dia) e a quitação de pendências financeiras de aproximadamente R$ 1 milhão que o clube tem com o atleta pelo não pagamento de direitos de imagem.
Com isso, o clube chileno, que negociou metade do percentual do venezuelano com o Peixe em janeiro de 2019 por US$ 3,5 milhões, mas não recebeu, volta a ter 100% dos direitos do jogador e se compromete a retirar as ações que ajuizou contra o Alvinegro na Fifa.
Uma delas, inclusive, é a razão que impede o Peixe de registrar novos jogadores. O Atlético Nacional, da Colômbia, que tem duas parcelas para receber pela venda do zagueiro Felipe Aguilar, também entrou com uma ação contra o Santos na entidade e conseguiu proibir o clube de efetuar novas contratações.
Diante da aprovação para a oferta do Huachipato, os chilenos passam a ter total controle sobre aquilo que diz respeito a Soteldo. Entretanto, a principio o venezuelano permanece na Vila Belmiro até o fim do Campeonato Brasileiro.
No acordo firmado entre Santos e Huachipato, ficou acertado que, caso Soteldo seja negociado futuramente por valor acima de US$ 8 milhões (R$ 44,8 milhões), o Alvinegro terá direito a receber 10% da venda.
Antes da votação, o presidente em exercício do Santos, Orlando Rollo, respondeu alguns questionamentos feitos por conselheiros do clube e pediu aos mesmos que aprovassem o negócio com o Huachipato.
"Ou a gente estanca essa sangria, devolve o atleta e mantém ele no clube, ou podemos perder em um mês e meio de graça por causa da dívida. Temos que ser ponderados, colocar a política de lado e pensar no Santos", disse o mandatário, que também revelou o acerto de Soteldo e seus representantes com os chilenos.
"Houve resistência inicial por causa da relação dos representantes com o Huachipato, mas depois aceitaram", completou.
Além da proposta do Huachipato, o Santos tinha em mãos uma oferta de US$ 7 milhões (R$ 39,3 milhões) do Al Hilal, da Arábia Saudita, por 100% dos direitos econômicos de Soteldo. A oferta saudita foi aceita, mas Soteldo e seus representantes não entraram em acordo com o clube árabe.
Se essa negociação fosse confirmada, a cúpula alvinegra teria que pagar o que deve aos chilenos pelos 50% adquiridos no ano passado, multas e processos na Fifa, além de comprar os outros 50% por ter recusado a proposta do Atlético-MG, em janeiro deste ano, no valor de US$ 12 milhões (R$ 67,3 milhões), que ativou uma cláusula do contrato de transferência do camisa 10.
